Brasília. Área de grilagem é igual a 53 campos de futebol

Seja na periferia ou em bairros de alta renda, a venda ilegal de terra pública é recorrente na capital.
Jornal Destak – 11/10/2017 – 18:26:43

Desde julho deste ano, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) já desarticulou esquemas que negociariam 531 mil m² de áreas demarcadas por grileiros. Juntos, os terrenos equivalem a 53 campos de futebol.

 

A maior parte dos casos ficam a cargo da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (DEMA). De acordo com a chefe da unidade, Marilisa Gomes, os grileiros convencem os compradores de que a área um dia será regularizada. “Existe a cultura de que você pode adquirir lote irregular e que em alguma hora as coisas se revolverão”. O preço abaixo da média também deixa a compra mais atrativa para os consumidores.

 

Ainda segundo a delegada, os órgãos de investigação estão se unindo para punir quem compra o lote ciente de que é ilegal. “A DEMA tem indiciado, e o Ministério Público do DF denunciado, os adquirentes que edificam suas casas nesses condomínios como partícipes do parcelamento”.

 

Esquemas milionários

Na manhã de ontem a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou quadrilha que fraudou documentos para abrir um “sítio arqueológico” no Jardim Botânico, mas desmataria para construir lotes nos 46 hectares da área. Pelo menos 700 lotes de 600m² já haviam sido vendidos por em média por R$60 mil cada – um lucro de aproximadamento R$42 milhões.

Em setembro, a polícia prendeu sete pessoas que negociavam a venda de dois lotes no Lago Sul, que totalizavam 5,3 hectares. No mesmo mês, no Park Way, quatro pessoas foram detidas por articular a venda de lotes em um total de 2 hectares, que renderia cerca de R$11,4 milhões.

Em julho, no Gama, o terreno público de 1.400m² seria parcelado e vendido por R$2,8 milhões.

A PCDF ainda calcula a área vendida por traficantes e três servidores públicos na Ceilândia, foi cobrado um “kit invasão” de até R$3,5 mil para 173 compradores. Eles foram presos em setembro.

COMPARTILHE AGORA:

Leia também