Lei do Silêncio: Câmara do DF adia votação

Lei do Silêncio: Câmara do DF adia votação do projeto que altera limites de ruído

Novo texto estava na pauta da Câmara Legislativa desta terça. Proposta será apreciada no próximo dia 20.

 

Por Letícia Carvalho, G1 DF

 

Plenário da Câmara Legislativa do DF, em imagem de fevereiro (Foto: Letícia Carvalho/G1)Plenário da Câmara Legislativa do DF, em imagem de fevereiro (Foto: Letícia Carvalho/G1)

Plenário da Câmara Legislativa do DF, em imagem de fevereiro (Foto: Letícia Carvalho/G1)

A Câmara Legislativa do Distrito Federal adiou nesta terça-feira (6), para o próximo dia 20, a votação de um projeto que altera trechos da Lei do Silêncio, em vigor desde 2008 (veja o texto aqui). A proposta do deputado Ricardo Vale (PT), que tenta ampliar os limites de emissão de ruídos, foi retirada de pauta antes mesmo do início da sessão, durante a reunião de líderes.

Das galerias da Câmara, músicos e representantes de bares e casas de show do DF cantaram os versos de Edson Conceição e Aloísio Silva, pedindo que a Casa “não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar” (veja vídeo abaixo).

Apesar do coro, por enquanto, Brasília deve continuar sendo regida por sons abaixo dos 50 decibéis. Segundo os deputados, o prazo de 15 dias até a votação servirá para aprofundar os debates. O projeto de lei foi protocolado em maio de 2015.

Artistas cantam 'Não deixe o samba morrer' e pedem mudança na Lei do Silêncio do DF

Artistas cantam ‘Não deixe o samba morrer’ e pedem mudança na Lei do Silêncio do DF

No plenário, o presidente da Casa, Joe Valle (PDT), pediu a paciência dos manifestantes posicionados na galeria da Câmara. “Eu me sinto decepcionado. Queria resolver essa questão hoje, mas já esperamos três anos, o que é esperar 15 dias?”, disse o distrital.

Autor do projeto e defensor de limites menos rígidos para bares e restaurantes, Ricardo Vale disse lamentar o adiamento. Segundo ele, apesar disso, há um esforço da Mesa Diretora para definir as regras ainda neste ano, enquanto alguns deputados estariam tentando jogar o tema para 2019.

“Felizmente, a Mesa Diretora e o próprio Joe Valle – que quer apresentar apresentar algumas emendas e verificar alguns artigos da lei – decidiram marcar para o dia 20. Menos mal. A expectativa é de que, com esse tempo, as coisas possam avançar.”

Um pouco mais de som

Em tramitação há quase três anos, o PL 445 define um limite único de 75 decibéis durante o dia e 70 decibéis à noite para qualquer fonte emissora, independentemente da área. O patamar é superior ao máximo permitido para áreas residenciais pela lei em vigor – de 65 decibéis de dia e de 55 à noite.

Nesta terça, o G1lançou uma enquete para saber se a população do DF aprova o novo texto da Lei do Silêncio. De acordo com o levantamento, 51,14% dos participantes rejeitam as mudanças, e defendem a manutenção da lei atual.

DJ toca na festa 5uinto, em Brasília (Foto: Shake it/Divulgação)DJ toca na festa 5uinto, em Brasília (Foto: Shake it/Divulgação)

DJ toca na festa 5uinto, em Brasília (Foto: Shake it/Divulgação)

O novo texto também prevê que os níveis de emissão sejam medidos, alternadamente, dentro do imóvel de quem fez a reclamação e próximo da fonte emissora do ruído. No projeto, no entanto, não consta a distância onde será feita a medição. Segundo Ricardo Vale (PT), autor da proposta, a aferição poderá ser realizada a uma distância de 1,5 metro do ruído.

Na prática, o projeto permite música ao vivo ou gravada tocada em áreas internas ou externas de bares, restaurantes, cafés e lanchonetes. As penalidades, porém, permaneceriam as mesmas. Entre os nove tipos previstos, estão multa de R$ 200 a R$ 20 mil, interdição parcial ou total do estabelecimento, e cassação do alvará de funcionamento.

A Lei do Silêncio permite a fiscalização de emissões sonoras em toda a cidade: nas zonas urbanas e rurais, nas quadras residenciais e comerciais e até nas chamadas “áreas mistas com vocação recreativa”. A intenção é garantir o “sossego e o bem-estar público”.

Fonte G1

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