Rodrigo Maia: candidatura levada na gozação

BRASIL

O DEM em busca do protagonismo

Relegado ao papel de coadjuvante da cena política desde 1994, quando virou linha auxiliar do PSDB, o partido lança Rodrigo Maia à Presidência da República debaixo de uma nuvem de desconfianças sobre se a candidatura será mesmo para valer

 

E Embora tenha apenas a oitava maior bancada na Câmara, com 33 deputados, o DEM sempre foi o fiel da balança das grandes decisões do governo no Congresso, especialmente a partir da ascensão do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) à Presidência da Câmara. Foi graças à sua articulação que o presidente Michel Temer conseguiu escapar das duas denúncias por corrupção desautorizadas pelos parlamentares. Agora, o DEM quer escapar da sina de coadjuvante. Para alcançar o Olimpo político, a legenda lançou na quinta-feira 8 a candidatura de Rodrigo Maia à Presidência da República. Desde 1989, quando disputou as eleições presidenciais com Aureliano Chaves (na época o DEM chamava-se PFL), o partido parecia destinado a se coligar com as forças majoritárias que venciam as eleições, como aconteceu com o apoio a Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998 (o vice de FH foi Marco Maciel, do PFL). Mas para mudar a sua sorte, o DEM precisa mais do que apenas almejar o protagonismo. Será necessário superar as desconfianças de que o projeto político é mesmo para valer.

Não será tarefa trivial. Como Maia permanece com míseros 1% nas pesquisas, o DEM precisa dar um salto – quase uma sequência de duplo twist carpado eleitoral – para conseguir chegar a pelo menos 15% das intenções de voto até junho e ter condições de disputar a Presidência com chances reais de chegar ao segundo turno. Caso isso não ocorra, o partido corre o risco de ficar condenado, novamente, a se aliar com quem apresentar maior musculatura política no espectro da centro-direita.
Por ora, tudo são flores. Em clima de campanha, na convenção do DEM, Rodrigo se apresentou como “o novo”, termo da moda adotado pelos novos velhos políticos para que, ante o eleitorado, eles não pareçam como verdadeiramente são: um museu de grandes novidades. “Queremos construir com o povo brasileiro um pacto para rompermos com o que há de velho e atrasado na política brasileira”. Para demonstrar unidade interna, o prefeito de Salvador, ACM Neto, alçado ao comando do partido, destacou a capacidade de diálogo do presidente da Câmara, formada nos bastidores do Congresso. “Rodrigo foi decisivo para a manutenção da estabilidade da democracia no País”, disse.

 

Fonte: ISTOÉ

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