Jessyka Laynara foi assassinada com arma da corporação. Estudante gravou áudios revelando agressões; ouça.
Por Marília Marques e Rita Yoshimine, G1 DF e TV Globo
O corpo da estudante, de 25 anos, foi enterrado neste domingo (6). O militar se entregou ainda na noite de sexta e está preso na área reservada para policiais no Complexo da Papuda. A família da jovem disse que Jessyka escondia que era ameaçada e agredida pelo ex-namorado.
Há duas semanas, uma amiga recebeu fotos e áudios em que Jessyka dizia “ter vergonha” de contar que apanhava. Ela contou ainda que escondia com maquiagem as marcas das agressões. (Veja mais abaixo)
‘Eu não conseguia andar’
Em uma das mensagens de voz enviada à amiga, a estudante contou que “não conseguia andar” após as agressões. “Domingo, para você ver como eu estava, eu não conseguia andar”, disse.
“Estava sentindo tanta dor no estômago, levei tanto murro no estômago, tantos chutes nas pernas, minhas pernas estão todas verdes.”
Outra vítima
Depois de matar Jessyka, ainda durante a tarde de sexta (4), o policial foi até a academia frequentada pela ex-namorada e atirou no professor Pedro Henrique Torres, de 29 anos. Torres foi levado em estado grave para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Ele passou por uma cirurgia e segue internado na UTI.
O pai do rapaz, Pedro Torres, é dono da academia onde o filho foi baleado. Segundo ele, “Pedrinho” – como é conhecido o professor – e Jessyka estavam “se conhecendo” há cerca de um mês, quando ela e Ronan já tinham se separado.
“O Ronan descobriu uma troca de mensagens entre os dois, ficou louco de ciúmes, matou ela e tentou matar meu filho. É um psicopata.”
De acordo com vizinhos, o militar tinha “comportamento agressivo”. O relacionamento teria começado antes de ele entrar para a polícia e, desde então, havia boatos de que ele “perseguia” a namorada. Jessyka tinha 13 anos quando os dois começaram o namoro.
Jessyka Laynara havia passado, recentemente, em um concurso para o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. Durante o enterro da jovem, neste domingo, um caminhão dos bombeiros acompanhou o cortejo.
Por volta do meio-dia, quando o corpo da jovem foi enterrado, a sirene da viatura foi acionada. Centenas de pessoas que acompanhavam o cortejo ficaram em silêncio. Ao final, todos bateram palmas e pediram justiça.
Fonte/G1