Por Renato Riella*
Um dos maiores erros da democracia é e “eleição” de reitores de universidades e de diretores das escolas públicas.
O corporativismo ou as propostas demagógicas elegem, em grande parte dos casos, gente incompetente ou mal intencionada.
Esses reitores e diretores permanecem à frente das instituições impunemente, prejudicando os alunos que querem estudar de verdade.
No plano federal, tenho certeza que o presidente Bolsonaro atacará esta distorção. A propósito, a Universidade de São Paulo (USP) está prometendo greve contra Bolsonaro no início do ano.
O Estado despeja bilhões nas universidades, sem cobrar o mínimo de qualidade.
Há poucos meses, um casal relativamente pobre me informou que o filho estava estudando Direito no Uniceub (ótimo curso, por sinal). Chocado com o sacrifício da família, perguntei:
-Por que não tentou UnB?
-Ele visitou a UnB algumas vezes, mas disse que é horrível.
Preferia ficar sem estudar. Acabamos bancando o CEUB.
Meu Deus!
Uma jovem muito ligada a mim fez curso universitário numa grande faculdade dos Estados Unidos. Voltando para Brasília, encontrou tanta exigência burocrática imposta pelo Ministério da Educação, que não conseguiu averbar o diploma.
Esta jovem está fazendo curso no IESB para poder ter nível superior no Brasil. Antes disso, esteve algumas vezes na UnB e concluiu:
-É horrível! A UnB fede!
O mesmo acontece com as escolas públicas secundárias. Há algum tempo, acompanhado de autoridade da Secretaria de Educação, visitei duas grandes escolas da Ceilândia.
A primeira estava em ótimo estado e com grande motivação aparente por parte dos alunos e dos professores.
Na segunda escola, vi a decadência e o caos, com alunos perdidos e professores infelizes.
Perguntei ao especialista que me acompanhou qual a explicação para a sensível diferença. Resposta dele:
-O diretor (ou a diretora, é claro).
Perguntei: “Por que o governador não substitui o péssimo diretor?”
Resposta: “Não consegue. Foi eleito!”
Na verdade, tanto no caso dos reitores como no dos diretores de escolas, existe um processo distorcido de eleição, que pode escolher os piores.
Mas a nomeação (e a responsabilidade) é do presidente ou do governador, que precisa ter coragem de enfrentar as distorções.
A propósito, gosto da resposta que ouvi na campanha, do então candidato a governador Ibaneis Rocha.
Sobre a “eleição” de administrador regional, um repórter perguntou a ele: “E se o administrador eleito estiver trabalhando mal?”
Ibaneis deu uma risadinha maquiavélica e declarou: “A mesma caneta que admite pode demitir”.
Creio que assim será nas universidades, nas escolas…e nas administrações regionais.
Pensando bem, lembrem-se: o limite da democracia é a Constituição. E a Constituição exige que os governantes governem.
*Renato Riella é Jornalista