A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM

*Por Ricardo Noronha

A decisão de mandar imprimir carteira de identificação de familiares de membros do governo do Distrito Federal foi um tiro pela culatra. A ideia era facilitar a identificação de parentes até segundo grau do governador Ibaneis Rocha e do vice, Pacco Brito, além de familiares de secretários, presidentes de empresas e administradores. Uma péssima ideia, diga-se de passagem

Ibaneis Rocha mandou cancelar a medida, publicada no Diário Oficial, alegando que tem “coisas mais importantes” para cuidar. Realmente, governador. O momento é de enxugar gastos, desburocratizar a máquina pública e evitar, ao máximo, vexames. A mídia é veloz, cada decisão tomada de forma precipitada ganha as redes sociais e faz um estrago que pode macular a imagem do governante. O eleitor, cansado e a espera de medidas que facilitem o bom atendimento hospitalar, a segurança pública, a mobilidade urbana, a geração de empregos, a recuperação de setores ligados à economia e infraestrutura, está órfão de esperança, na expectativa de ver seus políticos eleitos dando bons exemplos, coisa que não acontece em Brasília desde os tempos de Joaquim Roriz. Brasília passou por governos desastrosos que deixaram marcas profundas de decepção. Arruda foi preso e teve que deixar o governo nas mãos de Paulo Otávio e posteriormente Rogério Rosso. Agnelo Queiróz e Rodrigo Rollemberg foram eleitos e enterraram a cidade no mais alto nível de abandono.

CARTEIRADA

Longe de pensar que gente ligada ao governo vai dar a chamada carteirada ou soltar aquela frase horrível “sabe com quem você está falando?”. Longe disso, claro. MAS para quê correr este risco? É inadmissível esse tipo de prática em pleno século XXI. O preço a pagar é muito alto, não vale a pena. Ibaneis Rocha não precisa passar por isso. O eleitor também não.

*Ricardo Noronha é jornalista e apresentador do SOS BRASILIA.

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