GUERRA “FRIA” COM FOGO

TENSÃO

EUA, França e Inglaterra atacam a Síria em retaliação ao uso de armas químicas

Ofensiva traz risco de confronto direto entre os americanos e forças da Rússia e do Irã que apoiam o regime de Bashar Assad

Ataque pode ser visto nos céus de Damasco, capital da Síria. Foto: Hassan Ammar/AP

Estados Unidos, França e Reino Unido bombardearam alvos na Síria na madrugada deste sábado, em uma ação coordenada contra o regime de Bashar Al Assad uma semana após um suposto ataque com armas químicas ter matado cerca de 40 civis nos arredores de Damasco.

O presidente americano, Donald Trump, anunciou ter ordenado “às forças armadas dos Estados Unidos ataques de precisão contra alvos associados à capacidade de armas químicas do ditador Bashar Al Assad”.

O chefe do Comando Conjunto dos EUA, general Joe Dunford, revelou que os alvos “foram especificamente identificados para reduzir o risco de envolver as forças russas” na Síria.

O secretário americano de Defesa, general Jim Mattis, informou que os ataques terminaram e que “no momento, não planejamos ações adicionais”.

Segundo o general Mattis, foi enviada uma “mensagem clara” ao regime sírio. “É o momento de as nações civilizadas se unirem com urgência para acabar com a guerra civil, apoiando o processo de paz liderado pelas Nações Unidas”.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) informou que “foram registrados bombardeios ocidentais contra centros de pesquisa científica, várias bases militares e locais da Guarda Republicana em Damasco e seus arredores”.

Segundo um oficial americano, os ataques aéreos coordenados visaram instalações de produção de armas químicas, atingiram vários alvos e utilizaram diferentes tipos de armas, incluindo mísseis de cruzeiro Tomahawk.

Quatro aviões tornado dispararam mísseis Storm Shadow contra “um complexo militar, uma antiga base de mísseis, a cerca de 24 km a oeste de Homs, onde se suspeita que o regime armazene substâncias para fabricar armas químicas”, revelou o ministério da Defesa em Londres.

“Foram realizadas análises muito cuidadosas para determinar onde era melhor atacar com os Storm Shadows a fim de maximizar a destruição de produtos químicos armazenados e minimizar qualquer risco de contaminação nas áreas circundantes”.

Ataque ‘não ficará sem resposta’, diz Rússia

 

A Embaixada da Rússia nos Estados Unidos afirmou que o ataque ocidental contra a Síria “não ficará sem consequências”.

Por meio de uma nota, o embaixador Anatoly Antonov, também militar de carreira, disse ainda que “insultar o presidente da Rússia [Vladimir Putin] é “inaceitável e inadmissível”.

“Os Estados Unidos, que possuem o maior arsenal de armas químicas, não têm direito moral de culpar outros países”, afirmou o diplomata. No comunicado, ele ainda ressaltou que os avisos de Moscou foram “ignorados” e que a Rússia está sendo “ameaçada”.

“Nós alertamos que tais ações não ficarão sem consequências.

Toda a responsabilidade por elas reside em Washington, Londres e Paris”, declarou. (ANSA)

 

Bombardeio atingiu centro de pesquisas químicas em Damasco

 

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou que três alvos foram atingidos no bombardeio conjunto com França e Reino Unido contra a Síria.

Em pronunciamento à imprensa, o vice-marechal do ar Gavin Parker disse que os ataques miraram um centro de pesquisa científica em Damasco e dois depósitos de arsenal químico a oeste de Homs.

O objetivo era reduzir a capacidade do regime Assad de produzir armamentos tóxicos e biológicos. Segundo o secretário de Estado, James Mattis, trata-se de um “ataque único”. O Pentágono diz também que a operação já foi concluída e que os alvos foram escolhidos de forma a minimizar o risco de vítimas civis.

 

Fontes: Estadão e Istoé

 

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