Reinaldo Azevedo e a liberdade de autodefesa

Por: General Paulo Chagas

Caros amigos

Reinaldo Azevedo sempre foi irônico. Já foi inteligentemente irônico – tempo em que eu o admirava, lia e escutava -, hoje, por julgar-se mais inteligente, mais culto e mais esperto do que de fato é, transformou-se em um ser arrogantemente irônico, um sabichão, um professor de Deus, em resumo, um chato do tipo mais chato, o que pensa que sabe tudo e mais um pouco.

Mesmo sem referir-se a si mesmo, ele deixa evidente a admiração que sente por si próprio e por sua capacidade de transformar a verborreia em algo parecido com cultura e lógica. Como dizem os especialistas em chatice, ele tornou-se ridículo sem perceber.

Há tempo que deixei de ouvi-lo, mas, hoje, por acaso, liguei o rádio na Band News justamente na hora em que ele ministrava mais uma aula sobre a sua interpretação das leis brasileiras, algo que eu considero dos mais fáceis, porquanto há tantas leis em torno da nossa permeável Constituição que toda e qualquer interpretação é possível e válida. Ninguém, nem mesmo a nossa magnífica Suprema Corte, se anima a definir o que é e o que não é constitucional, o que faz da genialidade do “Rei” algo absolutamente ridículo!

Dito isto, vamos ao que me motivou para o risco deste comentário.

Reinaldo “analisava” o decreto presidencial sobre o porte e a posse de armas e fazia, de forma quase impositiva, como sempre, a sua interpretação a respeito de algumas das justificativas ideológicas de Bolsonaro para a necessidade da aprovação do decreto pelo Congresso Nacional.

Entre tantas bobagens, fingindo conhecimento e coragem, o Professor Rei, desafiou qualquer Oficial General brasileiro a negar que o criminoso Lula da Silva – um esquerdista padrão – tenha sido o Presidente que, nos últimos tempos, mais armou as FFAA e que, portanto, não poderia ser considerado um desarmamentista. Um desafio pífio, porquanto a esquerda desarma a população não as forças militares e policiais, já que espera contar com elas para o arremate final do golpe totalitário.

O Relatório de Teses do PT, de 2015, apresenta como fator de fracasso o fato de não terem conseguido cooptar as FFAA para o seu projeto de poder, porque, sem elas não é possível dar o golpe, mesmo com a população desarmada!

Não sei se por desconhecimento ou por ardil, Reinaldo também negou que Hugo Chávez tenha desarmado a população venezuelana, já que armou até os dentes as milícias bolivarianas, as quais, ele (Rei) deveria saber, não foram criadas para proteger a população, mas para apoiar a revolução, caso os militares venezuelanos viessem a “negar-lhe estribo”, colocando-se a favor da democracia e da liberdade e não da canalhice, do totalitarismo e da corrupção.

Antes que Reinaldo, o chato de galochas, queira me corrigir, digo que sei que as milícias foram organizadas e armadas sob o argumento ridículo de que seria uma forma de armar o povo contra uma invasão do “imperialismo yanquee”. Só os idiotas acreditaram nisso!

Finalmente, por dever de honestidade, devo dizer ao sábio Azevedo que considero os argumentos ideológicos completamente desnecessários para defender o fim do Estatuto do Desarmamento, prefiro dizer que ele contraria a vontade do povo, expressa na consulta que lhe foi feita em 2005, e que o direito de autodefesa, caracterizado pela posse de um tacape, de uma lança, de um sabre, de uma adaga ou de uma arma de fogo, deve ser assegurado ao cidadão, tanto quanto lhe é assegurado o de possuir tantos automóveis quantos possa comprar.

Obviamente que o porte de armas de fogo deve seguir regras semelhantes às que condicionam a autorização para dirigir veículos automotores. O Estado deve estabelecer as condições e as regras de segurança e cada cidadão, de acordo com seu livre arbítrio, deve decidir o que quer e o que acha que precisa, bem como assumir a responsabilidade pelas possíveis consequências das suas decisões.

Simples assim, liberdade com responsabilidade. Não vejo necessidade de outros argumentos, muito menos da chatice e da verborreia do Reinaldo Azevedo e de outros chatos menos pedantes, mas tão sacais e desagradáveis quanto ele!

General Paulo Chagas

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