Eduardo Bolsonaro Embaixador: UM TIRO NO PÉ DIREITO

Por Ricardo Noronha

Jair Bolsonaro sabe que a indicação do filho dele para embaixador do Brasil nos Estados Unidos está longe de agradar os brasileiros, em especial os quase 2 milhões de eleitores paulistas que foram às urnas para eleger o deputado federal mais votado deste pleito de 2018. O próprio Eduardo Bolsonaro sabe disso. Não se trata de ter ou não ter condição, de estar ou não preparado. Eduardo Bolsonaro tem formação, tem domínio da língua inglesa, é concursado da Polícia Federal e tem capacidade intelectual. O problema, no meu entender, é que pega “muito mal” para um governante “indicar” seus próprios filhos, a esposa ou um parente para cargos públicos de tamanha envergadura. A gente sabe que Eduardo Bolsonaro não precisa disso. Pode até querer, ter vontade, mas querer não é tudo. Seria “loucura” submeter o governo do seu pai ao escracho popular.

O leitor pode perguntar:  um pai não pode ajudar o filho? Pode, claro. Mas não precisa pagar um preço tão alto como esse. Não vale a pena! Outro detalhe: com a votação e provável aprovação da reforma da previdência e com o anúncio de outras reformas em pauta, como a tributária, a política e o pacote anticrime, Eduardo Bolsonaro será muito mais útil dentro do Congresso Nacional do que fora dele. O perfil do Deputado Eduardo, é de parlamentar e não de diplomata. O eleitor brasileiro está bem mais exigente. Basta verificar o “BASTA” que as urnas registraram em 2018 e que reprovou caciques que dominavam a política nacional. Se isto não serve como exemplo o que mais poderia dizer?   O que diriam os quase 2 milhões de eleitores que foram as urnas eleger Eduardo Bolsonaro para “representar” o estado de São Paulo na Câmara Federal? É suicídio político, certamente. Aliás, quem se elege para cargo político e depois troca por secretarias, ministérios, tribunais de contas, STF, mesmo que alguns sejam vitalícios, deve esquecer às urnas, abandonar a política e nunca mais disputar eleição. É “trair” o eleitor, aquele que fez campanha, que pegou sol e chuva para defender o seu candidato e marcar o seu voto.

A gente só puxa orelha de quem gosta.

Ricardo Noronha/Jornalista

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