A principal causa do desemprego no Brasil se chama “multa do FGTS”.
Sem estudos prévios, o Presidente Bolsonaro falou sobre isso e voltou atrás. Ficou com medo das reações.
Mas a verdade é que, cada vez mais, os empresários estão contratando menos trabalhadores por causa dessa barbaridade – que quebra qualquer empresa.
Se você não conhece o assunto, vou explicar didaticamente.
Digamos que você tem um pequeno negócio, com apenas um empregado, e este ganha R$ 1 mil por mês.
A cada ano, este empregado tem acumulado no seu FGTS o valor de um salário: R$ 1 mil.
Em dez anos, o FGTS do empregado junta R$ 10 mil.
Quando você precisar demitir este empregado, ele receberá automaticamente os R$ 10 mil do FGTS e mais a multa de 40%, a ser paga por você, o empregador.
Na demissão, o pobre empregador, quebrado, vai pagar férias acumuladas, aviso prévio, 13% proporcional e mais R$ 4 mil pela multa do FGTS. Ser for dono de um negócio bem pequeno, não dá conta de pagar esta fortuna.
Muita gente no Brasil aprendeu. Só deixa o empregado no emprego por dois anos, para não acumular uma multa alta do FGTS. Demite logo.
E muita gente também está evitando contratar empregados.
Por isso, o informal cresce demais.
E cresce a figura da Pessoa Jurídica (PJ). Empresas diversas exigem que o trabalhador abra uma pequena empresa de prestação de serviços, fazem contrato com esta empresa e evitam assinar a Carteira Profissional. Assim, fogem dos encargos sociais, que tornam inviável o emprego no Brasil.
Sem explicar nada, Bolsonaro abriu discussão sobre a multa de 40% do FGTS. Claro que tomou pau de todo lado.
Mas é assunto a ser rediscutido.
Enquanto tivermos mantida a multa de 40% do FGTS não teremos empregos.
Mas é difícil mudar. A chamada esquerda, dominada pelo discurso sindical, não entra nesta discussão.
E o Brasil que se ferre.
RENATO RIELLA