Brasileirão: Flamengo Grêmio e Goiás fazem feio na 13ª rodada

Por: Lino Tavares

Por Lino Tavares, especial para o Portal sosbrasilia

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ANÁLISE DA 13ª RODADA

Considerando o bom momento ora vivido pelos dois integrantes da dupla Gre-Nal, pode-se dizer que neste ano de 2019 a velha gangorra que medeia os dois gigantes do extremo sul resolveu dar uma trégua nessa polêmica do “quem pode mais”, mantendo-se em situação de equilíbrio. Trata-se de um caso raro, porque a história comparativa entre esses dois arquirrivais do Pampa tem sido marcada por um desequilíbrio constante configurado no fato de que, quando um está na ponta de cima da gangorra, o outro logicamente permanece na ponta de baixo.  Em relação ao  campeonato brasileiro deste ano, contudo, embora o Inter esteja correndo um pouco à frente do Grêmio, existe uma particularidade que leva tricolores e colorados a experimentarem situações antagônicas nos jogos que têm disputado. Diz respeito ao fator local. Enquanto o time de Odair Hellmann ganha todos os seus jogos no Beira-Rio sem ter conseguido ainda vencer fora de seu estádio, a equipe de Renato Portaluppi tem conquistado boas vitórias jogando fora de casa  e se deparado com sérios tropeços atuando em sua Arena. Isso se confirmou no desenrolar da 13ª rodada do Brasileirão, com o Inter voltando a perder fora de Porto Alegre, na derrota de 2 a1 para o Fluminense, no Maracanã, e o Grêmio empatando com a Chapecoense em 3 a 3, dentro de seus próprios domínios.  A derrota colorada para o Flu  é de certa forma aceitável, já que o jogo era na casa do adversário e o time visitante mandou a campo uma equipe reserva, poupando seus jogadores titulares para o jogo com o Cruzeiro, quarta-feira em Belo Horizonte, pela Copa do Brasil. O empate gremista com a Chape,  contrariamente, não encontra a menor justifica, haja vista que, além de jogar em casa diante de um adversário bastante inferior tecnicamente, o tricolor atuou com sua equipe titular, do goleiro ao ponta esquerda, como se dizia antigamente. 

    Quem não está informado sobre esse confronto não deve acreditar que a Chape vazou três vezes a meta gremista  mesmo com o tricolor atuando com sua força máxima, em seu estádio e diante de sua torcida. Surpreende o fato de a fartura de gols marcados pela Chapecoense ter sido alcançada em cima da fantástica defesa gremista, integrada pelo goleiro Paulo Victor, a famosa dupla de área Kannemann e Geromel, além dos zagueiros laterais Leonardo Silva e Bruno Cortez. Fica difícil acreditar que essa muralha defensiva, uma das mais consistentes do Brasil e do mundo, tenha cometido erros grosseiros de marcação, permitindo ao ataque da Chapecoense fazer com ela “gato e sapato”. Um dos lances que comprovam esse desacerto defensivo gremista ficou plasmado no primeiro gol da Chape, empatando a partida logo após a abertura do placar pelo Grêmio, nos primeiros minutos de jogo. Ele foi obra de Everaldo que driblou Kannemann com facilidade, limpou Geromel, sem tomar conhecimento do categorizado marcador, e chotou inapelavelmente para as redes da meta defendida por Paulo Victor, que nada pôde fazer para evitar o gol de empate do time visitante. Como do meio para a frente o Grêmio jogava razoavelmente bem, voltou a desempatar a partida no belo chute de Everton, de fora da área, após receber um lançamento preciso feito por Maicon. Mas outra vez o Grêmio cedeu o empate ainda no primeiros tempo,  por conta de sua desarrumada defesa que batia cabeça na área, parecendo estar constituída de atletas que  nunca haviam jogado juntos e portanto não se entendiam. 

Grêmio

Aconteceu aos 34 minutos, numa cobrança de escanteio em que Gustavo Campanharo antecipou-se a Leonardo Gomes e testou para o fundo da meta, estabelecendo outra vez a igualdade no placar. agora em 2 a 2.  Vendo seu time terminar a primeira etapa empatado com a valente Chapecoense, por culpa exclusiva da defesa, esperava-se que o técnico Renato conseguisse recompor seu sistema defensivo, no intervalo da partida,  para não repetir no segundo tempo as falhas inadmissíveis que cometera na etapa inicial. Mas isso não aconteceu. A defesa tricolor retornou a campo insegura, como se estivesse integrada por terceiros reservas do elenco e continuou dando mole às investidas adversárias.Percebendo isso, o alviverde catarinense voltou a contra-atacar com rapidez e eficiência, conseguindo saltar à frente no marcador, no belo gol marcado por Arthur Gomes, após aparar um cruzamento de Augusto, numa triangulação que começou com Márcio Araújo e foi”assistida de camarote” por Kannemann, Geromel &; Cia. Foi a partir desse resultado adverso, agora com ares de tragédia para o poderoso dono da casa, que  Renato Portaluppi se deu conta de que algo teria que ser feito para que a desgraça não se consumasse. Lembrou então que jogadores do nível de Diego Tardelli e Luan, até pelo elevado salário que recebem, não podem mofar no banco, estando em boas condições físicas e técnicas.  Mandou ambos a campo, juntamente com o atacante Pepê, retirando da equipe Bruno Cortez, Jean Pyerre e Alisson, e com essas trocas fez nascer na partida um novo Grêmio, que passou a encurralar a Chape em seu próprio campo, até chegar ao empate na excelente cabeçada de Tardelli, após receber um passe na medida de Luan em cobrança de falta. Depois disso, só deu Grêmio com chances vivas de gol se acumulando. Mas a bola não entrou e a partida terminou empatada em 3 a 0, deixando a quase certeza de que se Renato tivesse começado o jogo com Luan e Tardelli na equipe fatalmente teria vencido o confronto,  conquistando mais 2 pontos que melhorariam sua situação na tabela e reduziriam para apenas 1 ponto a distância que o mantém atrás do rival colorado. 

Flamengo

    Apesar dos pesares, não se pode dizer que esse empate do Grêmio com a Chape, na Arena, foi o pior tropeço de um time grande na 13ª rodada do Brasileirão. Mais chateada do que a torcida gremista, com esse resultado desfavorável, ficou a massa torcedora do Flamengo, que viu o rubro-negro da Toca do Urubu ser batido pelo Bahia, na Fonte Nova, pelo dilatado marcador de 3 a 0. O resultado adverso do esquadrão flamenguista confirma os momentos de altos e baixos que vem sendo vividos pelo time de Jorge Jesus, cuja presença à testa do comando técnico do clube carioca ainda divide opiniões, mesmo depois da ressurreição do Flamengo, ganhando nos pênaltis do Emelec e passando para as quartas de final da Libertadores.  É claro que a torcida do Goiás também deve estar envergonhada pela goleada de 6 a 1 que seu time levou, nessa rodada, diante do Santos, este sim fazendo sua torcida feliz em razão dos excelentes resultados conseguidos sob a orientação técnica de Jorge Sampaoli, que o mantêm na liderança do Brasileirão, agora 4 pontos à frente do vice-líder Palmeiras.

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