Troca de técnico pode injetar ânimo na Raposa Mineira

Por: Lino Tavares

Por Lino Tavares*

Imagem: Lance

    A derrota de 1 a 0 que o Cruzeiro sofreu no Mineirão pela Copa do Brasil não foi nenhum desastre, até porque ela é plenamente reversível no jogo de volta no Beira-Rio. Além disso, perder para um time da estatura do Inter, principalmente pelo escore mínimo,  não pode ser considerado surpresa nem mesmo quando a equipe derrotada seja a mandante do jogo.A queda de Mano Menezes, logo após essa derrota, não foi portanto em razão exclusiva do resultado negativo, mas devido ao mau momento vivido pela equipe cruzeirense, que frequenta a Zona de Rebaixamento no Brasileirão e acabou eliminada da Libertadores, jogando em casa diante do River Plate. Vale observar que o técnico que deixou o comando da Raposa é certamente um dos menos culpados pela queda de produção do time nos últimos meses, pois foi sob a direção técnica de Mano Menezes que o Cruzeiro conquistou os dois últimos títulos da Copa do Brasil, em função dos quais desbancou o Grêmio, que antes disso era o clube mais vezes campeão desse torneio.    A questão tem raízes mais profundas, tendo como ponto central os escândalos financeiros ocorridos na cúpula dirigente do Clube, que precisa explicar à justiça acerca de denúncias sobre transações ilegais de jogadores com empresários não cadastrados pela CBF, envolvendo atletas de base com idade inferior à mínima permitida para esse tipo de negociação. Mas o fundamental desse comentário não é levantar pura e simplesmente se a queda de Mano Menezes representa ou não mais uma das tantas injustiças do futebol.A pergunta que fica é se a troca de treinador no comando técnico do Cruzeiro poderá ser útil ou nociva aos interesses do Internacional, no sentido de consumar a eliminação da equipe mineira, no jogo do Beira-Rio, e avançar para a grande final da Copa do Brasil.    Evidente que qualquer prognóstico nesse sentido torna-se deveras arriscado, mas com base em fatos semelhantes não é proibido supor que essa mudança de rumo na condução técnica da Raposa possa se constituir num elemento complicador para as pretensões coloradas no jogo de volta. O que conduz a esse raciocínio prende-se a um velho refrão que diz “pior do que está não pode ficar”. Mal o Cruzeiro já estava no jogo de ida que perdeu, o que deixa como única hipótese para o confronto decisivo dessa semifinal a possibilidade, ainda que tênue, de ter uma melhoria técnica sob a batuta de outro treinador. Comenta-se que um dos nomes mais cotados para substituir Mano Meneses no Cruzeiro é o de Rogério Ceni, atual técnico do Fortaleza. Mas a tese não se sustenta na figura do novo treinador a ser contratado e sim no fato de que a história tem demonstrado que técnico estreante representa quase sempre uma injeção de ânimo em time que não vêm bem. Portando, seja Rogério Ceni, Dorival Júnior ou outro nome qualquer que venha a assumir o comando cruzeirense, fica no ar a indagação se o simples fato da mudança poderá ou não contribuir para o êxito do Cruzeiro, na sua difícil tarefe de reverter a situação adversa diante do Inter, com seu mar vermelho nas arquibancadas do Beira-Rio, no jogo de 4 de setembro, que decide vaga para a final da Copa do Brasil, diante do Grêmio ou do Athlético Paranaense. 

*Lino Tavares é jornalista, colunista esportivo do SOS BRASILIA

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