Por Lino Tavares
No olho do Furacão, Colorado da terra do Minuano tenta o bi da Copa do Brasil
O confronto decisivo da Copa do Brasil que acontece a partir das 21h 30min desta quarta-feira, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, não é o mais importante do ano para os brasileiros, que terão Grêmio ou Flamengo decidindo a Copa Libertadores deste ano em Santiago do Chile, num jogo único diante do Boca Juniors ou do River Plate. Mermo assim, é uma decisão aguardada com grande expectativa, considerando que ambos os contendores partem para essa disputa ciosos de recuperar parte do tempo perdido desde que a Copa do Brasil começou a ser disputada em 1994, tendo o Grêmio como o primeiro campeão. Nesses 26 anos de existência do torneio, o Internacional chegou a essa conquista apenas uma vez, enquanto o Athletico Paranaense jamais colocou a taça desse certame em sua galeria de troféus. Essa decisão tem um favorito ? No sentido clássico do termo, eu diria que não, mas do ponto de vista matemático se pode dizer com muita propriedade que, embora jogando longe do apoio de sua massa torcedora, o Furacão entra em campo na condição de desafiante, uma vez que enquanto a rede não balançar para nenhum dos lados é o time paranaense que detém a condição de virtual campeão do torneio. É claro que se trata de uma vantagem relativamente escassa, pois bastará ao time treinado por Odair Hellmann abrir o placar para que as possibilidade de conquista do título se igualem, passando a proporcionar ao Inter um leve favoritismo condicionado às circunstâncias do fator local. Mesmo que consiga largar na frente no placar, o Internacional não deverá contudo “ir com muita sede ao pote”, no afã de fazer o segundo gol e alcançar a diferença de gols que lhe permitiria conquistar o título no tempo regulamentar de jogo, pois se fizer isso corre sério risco de sofrer um gol, o que seria suficiente para o rubro-negro paranaense, que joga pelo empate, se tornar campeão O time visitante, por sua vez, deve ter em mente que assumir uma postura essencialmente defensiva para assegurar a escassa vantagem de 1 gol, com que começa a partida, não é a tática mais aconselhável atuando na casa do adversário, onde o ditado “água mole em pedra dura tanto bate ate que fura” pode fazer a diferença. Se quiser colocar em pânico o Beira-Rio, calar a torcida colorada desde os primeiros minutos de jogo e desestabilizar emocionalmente o poderoso adversário, o esquadrão comandado por Tiago Nunes terá que se revelar agressivo, ocupando espaços no ataque e indo em busca do primeiro gol da partida, o que imporia ao time mandante a difícil missão de ter que marcar no mínimo dois gols para levar a decisão para os pênaltis, ou três para conquistar o título no tempo normal.Se ao contrário disso o Furacão permitir ao Inter marcar seu gol nos minutos iniciais do jogo, então será ele que viverá situação de pânico, já que dificilmente resistiria a pressão colorada impulsionada pelo calor da torcida, no sentido de chegar a um segundo gol que colocaria por terra o sonho atleticano de alcançar pela primeira vez a conquista da Copa do Brasil. Deixando de lado a análise essencialmente técnica e recorrendo ao velho palpite, arrisco dizer que a chance colorada de chegar ao título da Copa do Brasil passa quase necessariamente pela decisão na cobrança de pênaltis, uma vez que dificilmente a bem treinada equipe do Paraná, atual campeã da Copa América, se deixará abater com dois gols de diferença nos 90 minutos desse confronto decisivo. Fale com nosso colunista Lino Tavares: [email protected] – whatsApp (55)981032575
Lino Tavares é comentarista esportivo da Band e colunista convidado especial do sosbrasilia.com.br
