Filhos são agressores em 57% dos casos de violência contra idosos no DF, aponta levantamento

Mulheres são as principais vítimas (62%) e violência psicológica (30,8%) é a mais frequente. Estudo do Tribunal de Justiça do DF foi divulgado nesta sexta-feira (4).

Filhos foram os responsáveis por 57% dos 16.580 casos de violência contra idosos registrados no Distrito Federal em 2018. É o que aponta a 4ª edição do Mapa da Violência contra a Pessoa Idosa, lançado nesta sexta-feira (4) pela Central Judicial do Idoso (CJI) do Tribunal de Justiça do DF.

Segundo o levantamento, a maioria das vítimas (35,07%) tem entre 60 e 69 anos e é mulher (62%). A pesquisa também aponta que a região administrativa com maior população idosa foi também a que registrou mais casos: Ceilândia, com 16,7% do total. A violência psicológica é a mais frequente (30,8%).

Os números representam aumento de 2,1% no número de ocorrências em relação ao último levantamento, realizado em 2017. O perfil majoritário das vítimas permanece o mesmo.

Entre os casos de violência ao idoso registrados no ano passado, destacam-se crimes relacionados à violência financeira, como furtos diversos, estelionato, furto em residência e roubo a transeunte; além de casos de violência psicológica, como ameaça e injúria.

Violência contra a mulher

Segundo o coordenador da CJI, Alberto Carvalho Amaral, apesar das campanhas de prevenção à violência contra as mulheres e dos dez anos de promulgação da Lei Maria da Penha, elas ainda são as principais vítimas de crimes contra idosos.

“Esse cenário permanece inalterado, no que toca às mulheres idosas, evidenciando, mais uma vez, que esse tipo de violência se perpetua em todos os ciclos da vida”, afirma.

Levantamento

A 4ª edição do mapa foi realizada com base na análise e na compilação de dados provenientes de diferentes fontes sobre o tema.

Foram usadas informações do Disque Direitos Humanos – Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; do Núcleo de Estudos e Programas na Atenção e Vigilância em Violência (Nepav) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal e da própria Central Judicial do Idoso.

O estudo também usou dados da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes de Discriminação (Decrin), da Polícia Civil do Distrito Federal, e do Programa de Prevenção Orientado à Violência Doméstica e Familiar (Provid), da Polícia Militar do Distrito Federal.

Central Judicial do Idoso

A Central Judicial do Idoso é um projeto conjunto do TJDFT, do Ministério Público do DF e da Defensoria Pública.

A iniciativa oferece atendimento interdisciplinar a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, que tenham seus direitos ameaçados ou violados e que necessitem de orientação e atendimento na esfera da Justiça.

Fonte: Brenda Ortiz, G1 DF