O primeiro fast food 100% robotizado é caxiense

Bionicook

Projeto idealizado e desenvolvido em Caxias deve ser lançado em agosto e já possui mais de 50 candidatos interessados em franquia

Bionicook

Entre centenas de atrações no evento Mind7, realizado em Caxias do Sul no mês de maio, uma delas se sobressaía às atenções: a estrutura luminosa semelhante a uma banca de revista com um robô industrial atrás de uma redoma de vidro expunha uma faixa em seu topo com o anúncio “1º fast food robotizado do Brasil”. Dois meses depois, o idealizador do projeto, o caxiense Fábio Rezler, vai além:

– Na época do evento, decidi colocar como primeiro do Brasil porque fiquei com receio de colocar do mundo. Mas, pelo que pesquisei, esse conceito de “100% robotizado” é o primeiro do mundo – afirma.

Sem atendente, a máquina desenvolve sozinha todos os processos, do pedido feito em um painel digital (pagamento exclusivamente via cartão de crédito ou aplicativo) às etapas de seleção do alimento congelado, fritura e entrega. Ao todo, o protótipo oferece 14 opções de lanches (com estoque superior a 400 unidades), 21 de bebidas e seis sobremesas. Do pagamento do cliente até a entrega dos produtos, o tempo de espera é de cerca de três minutos, mas deve diminuir conforme o aprimoramento do sistema. 

O projeto, denominado de Bionicook, começou a ser desenvolvido pelo administrador há cerca de três anos. Na época, ele pensou em investir no ramo alimentício. Foi num estalo, entretanto, que a ideia ganhou pretensões visionárias:

– A ideia era que fosse uma rede com atendimento tradicional, faltava aquele plus. Foi então que eu estava assistindo à tevê quando vi um robozinho industrial num programa. Foi uma epifania. A partir daí, reformulei o projeto para o conceito da robótica – relata.

Ao buscar uma empresa da área de engenharia para tirar a ideia do papel, Rezler descobriu a Auttom, com sede no bairro Cruzeiro. Em cerca de um ano, o conceito ganhou forma. Do começo ao fim da produção da primeira máquina, foram investidos em torno de R$ 800 mil. Na apresentação do protótipo, durante o Mind7, Rezler comentou ao Pioneiro que a intenção era franquear a marca e, como meta, esperava lançar cerca de 300 equipamentos num prazo de cinco anos. Dois meses depois, após a repercussão no mercado, a pretensão ganhou outro patamar:

– Com segurança, posso afirmar hoje que temos potencial de lançar 40 mil unidades num prazo de cinco anos. Há interesse do mercado americano para a instalação em aeroportos que nos deixou empolgados.

Atualmente, a marca busca franqueados e investidores: 59 candidatos de franquia de todos os Estados brasileiros já demonstraram interesse. O processo ainda está em aberto. No dia 26 de julho, a expectativa é de que os contratos sejam selados e a ideia é ter a primeira máquina já em funcionamento em agosto. O equipamento deve ser instalado em Caxias ou Gramado. O foco dos pontos comerciais serão locais públicos institucionalizados, como aeroportos, universidades e eventos.

Critério de qualidade

Conforme explica Fábio Rezler, o projeto se dividirá em três frentes: a fábrica e fornecedora de alimentos, a fabricação e a gestão de franquias. O empresário afirma que, após os acordos estabelecidos, pretende se dedicar à fabricação e fornecimento de alimentos, e que essa será a prioridade da marca:

– A robótica é só uma atração inicial. Depois disso, o público não  vai nem perceber, por isso, a ideia é conquistar pela qualidade. Por isso, seremos rigorosos quanto aos alimentos – garante.

O cardápio na publicidade do expositor da estrutura sugere sabores variados de pastéis e lanches como nuggets, aipim, queijo e até agnoline frito.

Drive-thru, blindagem, mais opções

Para modelos futuros, Rezler revela que já são estão sendo pensadas diferentes formas de ampliações:

– Nossos pontos de localização ainda são limitados, pois dependemos de questões de segurança. Uma praça, por exemplo, ainda não temos condições. Porém, já temos projetado um modelo drive-thru,  uma versão eventos com possibilidade de deslocamento e um modelo com blindagem que garanta segurança da estrutura para instalação em espaços públicos.

Segundo ele, também poderá ser ampliada a variedade de opções culinárias:

– Nos modelos oficiais, vamos ter café, inclusive. A robótica permite a possibilidade de ampliar opções, basta colocar esse robô num trilho, por exemplo, e ele terá um acesso muito maior a uma cozinha de opções – explica.

Inicialmente, a Auttom terá capacidade de produzir de três a quatro estruturas por mês. Entretanto, um dos diretores da empresa, Gilvan Menegotto, garante que isso pode mudar conforme a demanda:

– Esse é um problema bom de resolver. Caso os pedidos se elevem consideravelmente, poderemos pensar num outro modelo de produção – afirma.

Fonte: Mateus Frazão – http://pioneiro.clicrbs.com.br

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