Brasília é a cidade mais cara do Centro-Oeste para comer fora, diz pesquisa

Prato à la carte — Foto: Divulgação

Almoçar custa em média R$ 37 no Distrito Federal e R$ 31 em Goiânia. Se a opção for um prato individual, preço por pessoa passa dos R$ 70 em Brasília.

Brasília é a cidade mais cara do Centro-Oeste para comer fora de casa, diz pesquisa — Foto: TV Globo/ Reprodução
Brasília é a cidade mais cara do Centro-Oeste para comer fora de casa, diz pesquisa — Foto: TV Globo/ Reprodução

O morador de Brasília gasta, em média, R$ 37,14 por dia para comer um prato de comida fora de casa. Já em Goiânia (GO), a pessoa paga R$ 31,13 por uma refeição semelhante. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador (ABBT), o DF tem o almoço mais caro do Centro-Oeste (veja valores abaixo).

Preço por capital

A pesquisa foi realizada nas quatro capitais: Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT) e Goiânia (GO). A média total da Região Centro-Oeste ficou em R$ 35,16; veja por cidade:

  • Brasília: R$ 37,14
  • Campo Grande: R$ 34,70
  • Cuiabá: R$ 31,59
  • Goiânia: R$ 31,13

Na mesma pesquisa foram avaliadas quatro tipos de refeição: a comida por quilo, o prato feito, comidas escolhidas do cardápio (à la carte) e o prato executivo. Em Brasília, optar pelo serviço individual sai ainda mais caro, mais de R$ 70 por pessoa.

  • Prato feito: R$ 32,81
  • Autosserviço/quilo: R$ 33,49
  • Prato executivo: R$ 53,71
  • À La Carte: R$ 77,49
  • Preço médio em Brasília: R$ 37,14

Por que é tão caro almoçar fora em Brasília?

Prato à la carte  — Foto: Divulgação
Prato à la carte — Foto: Divulgação

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgada no começo de outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que as famílias têm feito mais refeições fora de casa e comprado mais alimentos prontos, ao invés de preparar a comida em casa.

Para o economista e professor da Faculdade UniCEUB, Sérgio Vieira, há três pontos importantes que podem justificar o alto valor cobrado em Brasília:

  1. A renda per capita
  2. O grau de instrução
  3. O valor do aluguel de imóveis (no caso, pontos de restaurantes e bares)

“A renda tem um impacto maior aqui em função do funcionalismo público. Em Brasília o impacto do desemprego é menor, comparado com as outras capitais da região Centro-Oeste.”

Sérgio Vieira explica que o nível de instrução influencia nos parâmetros de exigência do consumidor. “Os restaurantes precisam investir mais em tecnologia e mão de obra para entregarem uma refeição de qualidade ao cliente”, afirma o professor.

Ele diz também que os índices de escolaridade, acima da média, torna as pessoas mais exigentes. “A maioria das pessoas aqui tem ensino médio ou curso superior”, compara.

O terceiro fator – o preço do aluguel – também impacta no custo final, que é repassado ao cliente. “O metro quadrado dentro de um shopping em Brasília, por exemplo, é bem mais caro do que em Goiânia”, justifica.

O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Antônio Silva, concorda com o professor no que diz respeito ao preço dos aluguéis. Mas acrescenta que as taxas cobradas pelos próprios cartões também fazem aumentar o custo final das refeições.

Outro fator seria o valor do transporte de muitos alimentos que ainda não são produzidos no Distrito Federal.

“Até pouco tempo, quase tudo vinha de fora. Agora que começamos a ter uma produção maior e alternativas de hortifrutis”, afirma o presidente do Sindhobar.

Mais de 40% dos gastos com alimentação, em Brasília, são fora de casa

No Distrito Federal, a alimentação é a terceira despesa que mais pesa no orçamento familiar e representa, em média, 8,9% dos gastos de consumo das famílias, aponta o IBGE.

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) desse total:

  • 59,4% são destinados à alimentação em domicilio
  • 40,6% vão para as refeições fora de casa

Em 2008, os índices eram de 62,9% e 37,1%, respectivamente.

Jael Antônio da Silva, do Sindhobar, acredita que fazer as refeições fora de casa ainda é a melhor alternativa para quem trabalha na capital federal. “A dificuldade de ter empregados domésticos, o tempo de deslocamento por causa do trânsito e o risco de perder a vaga de estacionamento ao voltar para o trabalho fazem com que as pessoas optem por almoçar fora”, diz ele.

“Hoje, em Brasília, com uma hora de almoço é praticamente impossível ir pra casa fazer a refeição. Por isso, mais de 40% das pessoas têm que almoçar perto do trabalho.”

Fonte: Aline Ramos, sob supervisão de Maria Helena Martinho , G1 DF

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