COERÊNCIA E LEALDADE

Caros amigos

Há algum tempo, fui apresentado para a Presidência da Odebrecht (ODB) como alguém que poderia ajudar no desafio de recuperar a imagem da empresa.

No entanto, as minhas constantes manifestações a respeito das ocorrências policiais, políticas e jurídicas que têm caracterizado o noticiário e a insegurança no Brasil, levaram a ODB a dar-se conta de que, no seu interesse, teria que haver uma mudança no meu comportamento e incluiu na tratativa para a minha contratação o meu afastamento dessas protestações.

Considerando que ninguém tem obrigação de conhecer as obrigações morais às quais me submeto, decidi, sem contestação, descartar, em definitivo, a possibilidade de integrar o grupo que deveria proceder à recuperação da imagem da Odebrecht.

Entendo que a COERÊNCIA é fundamental para manter o homem em paz consigo mesmo e confiável e previsível diante dos que o cercam.

Assim, na última eleição, eu apoiei, fiz campanha e votei em uma proposta conservadora, liberal e honesta para o Brasil. Votei contra o nepotismo e a favor da meritocracia. Votei pelo combate implacável à corrupção e pelo apoio incondicional à Lavajato. Votei pelo fim da politicagem e pela moralização da prática política.

Estou incluido entre os mais de 57 milhões de brasileiros que venceram o pleito. E, coerentemente, acompanho o desenrolar da luta pela implementação das convicções que nos levaram às urnas.

Aprendi que a coerência deve andar sempre ao lado da LEALDADE, e que a prática desta última envolve grandes riscos, na medida em que ela nem sempre será compreendida como virtude por quem dela desfruta ou é alvo.

Há quem prefira a falsidade da bajulação do que a franqueza da sinceridade. Há quem prefira os afagos do servilhismo hipócrita à rudeza da pura verdade. Há, ainda, aqueles que desconhecendo a lealdade a confundem com cumplicidade e jogo de interesses!

Prefiro estar enquadrado no conceito de amigo estabelecido pelo Professor José Luiz Delgado em seu texto “O risco da lealdade”: “Amigo é quem quer o bem do amigo; não o que, ou para não o desgostar, ou por calculado interesse, o conserva iludido e lhe falseia os fatos e suas repercussões. Pior ainda o que explora os defeitos do outro e os pinta com as cores da virtude”.

Apesar do risco, é com coerência e lealdade que tenho procurado contribuir para o sucesso do governo que ajudei a eleger.

Por Gen. Paulo Chagas – SoS Brasília

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