COM RESERVAS E AJUDA DO APITO, FLAMENGO BATE O GRÊMIO NA ARENA E COLOCA DUAS MÃOS NA TAÇA

Por: Lino Tavares

Por Lino Tavares

Grêmio e Flamengo foi, por motivos óbvios, o jogo mais importante da 33ª rodada realizada neste domingo. Não pelo Grêmio, mas pelo visitante carioca que caminha a passos largos para consolidar a conquista do título brasileiro de 2019. Antes de me reportar acerca de aspectos que envolveram esse grande clássico do futebol brasileiro, faz-se necessário colocar as coisas em seus devidos lugares, para que não paire a falsa impressão de que o Grêmio, ao perder o jogo de 1 a 0, desperdiçou a oportunidade de dar o troco da goleada de 5 a 0 que levou no Maracanã 25 dias atrás.  A verdade é que, mesmo que tivesse vencido o confronto diante do visitante carioca, ainda que por uma goleada igual à que levou no jogo de volta da semifinal da Libertadores, o tricolor não poderia contabilizar tal feito como uma “vingança” daquele escore humilhante. É fácil entender por quê. O Flamengo que veio a Porto Alegre, neste domingo, entrou em campo para esse jogo com apenas três atletas titulares no time: o goleiro Diego Alves e os atacantes Arrascaeta e Gabigol.  É verdade que depois, quando já vencia o jogo de 1 a 0, o técnico Jorge Jesus viu-se forçado a escalar Everton Ribeiro, devido ao crescimento do Grêmio, que tinha reforçado seu ataque e dominava a partida, com chance real de chagar ao empate.  Mas a entrada desse jogador na partida  nem pode ser considerada como a presença de um titular a mais na equipe, uma vez que o Flamengo acabou perdendo o “titularíssimo” Gabigol, devido a uma expulsão boba cavada pelo atacante, ao aplaudir ironicamente o juiz após ter levado cartão amarelo.  Isso posto, vamos ao que foi dado observar nos minutos de bola rolando. Começo dizendo que a vitória desse time quase reserva do Flamengo não foi fruto de merecimento, uma vez que dois fatores conduzem a esse raciocínio.  O primeiro deles é que o predomínio gremista na etapa complementar foi muito superior àquele que a equipe treinada por Jorge Jesus apresentou no primeiro tempo,  quando fez o seu gol de pênalti, aos 36 minutos, na cobrança perfeita de Gabigol. O segundo fator tem tudo a ver com o trabalho de arbitragem do senhor Rafael Claus, que se não foi desastroso no decorrer dos 90 ninutos de jogo cometeu um pecado imperdoável que se tornou decisivo na partida, dando a vitória ao Flamengo pelo escore mínimo.  No lance do pênalti marcado contra o Grêmio, o juiz desconsiderou o fato de que a bola bateu na mão de Léo Moura no momento em que o jogador usava os braças para se apoiar sobre o solo, após um carrinho legal em que não atingiu o adversário.  Em circunstâncias como essa, manda a regra que o árbitro considere o toque como lance de bola na mão, algo que não foi feito pelo juiz nem pelo pelo VAR, que sequer lhe chamou a atenção para conferir a autenticidade da penalidade.  Provando a sabedoria do refrão “Deus não joga, mas fiscaliza”, um lance muito semelhante ao desse erro de arbitragem que propiciou ao Flamengo a abertura no placar veio a ocorrer na etapa complementar, quando a bola bateu no braço de Renê, na área flamenguista, no momento em que também se apoiava ao solo com o uso dos braços.  Dessa vez, entretanto, o juiz Rafael Claus nem cogitou verificar se  aquele toque de mão poderia ou não ser interpretado como penalidade máxima. Simplesmente ignorou o lance e mandou o jogo seguir.  Ao não marcar o pênalti, o mediador da partida  agiu corretamente, mas deixou claro aos olhos de todos que utiliza em seu trabalho de arbitragem o condenável critério definido pela expressão “dois pesos e duas medidas”.  Essa derrota gremista imerecida prejudicou mais o Palmeiras, que ainda briga pelo título, embora com chance remoto de o alcançar, do que o próprio Grêmio, que praticamente já está com o passaporte carimbado para a Libertadores do ano que vem.  Aliás, por falar em Libertadores, arrisco declinar aqui, mais uma vez, que o meu favorito a essa conquista é o Flamengo, que tem revelado um futebol superior àquele praticado pelo River Plate nos jogos do torneio continental.  É crível que, à guisa de salvaguardar os próprios interesses, todos os clubes que estão no G-8 do Brasileirão estejam torcendo pela vitória flamenguista na disputa do título da Libertadores, sábado próximo diante o adversário argentino. Afinal, se consolidar essa conquista, o rubro-negro da Toca do Urubu estará abrindo espaço para a presença de um clube a mais na fase de grupos e outra na etapa preliminar do certame continental de 2020, transformando o G-4 em G-5 e o G-6 em G-7, que por sua vez pode virar G-8 se o Atlético PR se mantiver nesse entrevero dos que brigam por um lugar ao sol no torneio mais importante do Novo Mundo.   

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