Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas em audiência nesta terça-feira (19). Marinésio Olinto é acusado de dois feminicídios e uma série de crimes sexuais.
Quase três meses após a prisão do cozinheiro Marinésio Olinto, de 41 anos, acusado de dois feminicídios e de uma série de crimes sexuais no Distrito Federal, a Justiça começou a ouvir testemunhas contra o acusado.
Nesta terça-feira (19), o Tribunal do Júri de Planaltina realizou audiência no processo que apura a morte da funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos. Ela foi a primeira vítima confirmada do cozinheiro, chamado de “maníaco em série” por investigadores.
De acordo com a Polícia Civil, Marinésio atacou pelo menos oito vítimas. Além de Letícia Sousa, ele é acusado de matar a doméstica Genir Pereira de Sousa, de 47 anos (relembre abaixo).
A audiência
Dez pessoas foram intimadas para prestar depoimento no processo sobre o assassinato da funcionária do MEC. Nesta terça, quatro testemunhas de acusação foram ouvidas:
- O marido de Letícia Sousa Curado Melo
- A esposa de Marinésio Olinto
- Duas mulheres
Um outra audiência será marcada para que mais testemunhas sejam ouvidas pelo juiz. Marinésio deve prestar depoimento por último. O processo está em segredo de Justiça.
Morte de Letícia Sousa
O corpo da advogada Letícia Sousa foi encontrado no dia 26 de agosto. A jovem ficou desaparecida por três dias, quando saiu de Planaltina em direção ao trabalho, na Esplanada dos Ministérios.
Câmeras de segurança flagraram o momento em que o a vítima entrou no carro do acusado. Ele teria fingido ser motorista de transporte irregular.
Segundo a Polícia Civil, Marinésio confessou o crime. Ele disse que matou a vítima porque ela se recusou a manter relações sexuais. O acusado também levou os policiais ao local onde estava o corpo e disse que enforcou Letícia.
Outros crimes
Além do assassinato da funcionária do MEC, Marinésio também confessou o homicídio da empregada doméstica Genir Pereira de Sousa, de 47 anos.
Um mês após a prisão dele, a polícia concluiu sete inquéritos e o indiciou por ataques contra oito mulheres (veja lista abaixo):
- Assassinato da advogada Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos.
- Abuso sexual contra duas irmãs, de 18 e 21 anos. Elas usaram uma barra de ferro para conseguir fugir do carro.
- Em 2015, uma mulher de 25 anos, que foi abordada próximo ao Hospital Regional de Planaltina. De acordo com os investigadores, o cozinheiro tentou esganar a vítima, mas ela consegui fugir. De acordo com a polícia, o carro do irmão do suspeito foi usando no crime.
- Uma mulher de 39 anos. A vítima teria sido atacada entre 2013 e 2014. Em depoimento, ela contou que foi abordada em Sobradinho. O cozinheiro a levou ao Polo de Cinema de Sobradinho, mas a mulher conseguiu descer do carro e fugir.
- Uma jovem que à época tinha 19 anos contou ter sido abordada em 2017, no Vale do Amanhecer. Segundo os investigadores, o carro usado no crime foi um veículo preto, do irmão de Marinésio.
- Abuso sexual contra uma jovem de 23 anos. Ela pulou do carro em movimento para evitar ser estuprada.
- Uma mulher de 50 anos que foi abordada perto da região rural do Vale do Amanhecer.
Acusações
Marinésio está detido no Complexo Penitenciário da Papuda. Ele acumula acusações e já é alvo de diversas denúncias oferecidas pelo Ministério Público do DF. Entre os crimes que pesam contra ele estão:
- Cinco tentativas de estupro;
- Três estupros consumados;
- Uma tentativa de homicídio;
- Um homicídio quintuplamente qualificado;
- Feminicídio por motivo torpe e meio cruel;
- Dissimulação;
- Crime praticado para assegurar a impunidade de outro crime;
- Furto ocultação de cadáver.
Segundo o delegado Valuziano de Castro, da 31ª DP, que trabalhou nas investigações do caso, se somadas, as penas do cozinheiro podem chegar a até 100 anos de prisão.
Fonte: Afonso Ferreira e Pedro Alves, G1 DF