Seleção de projeto para área de lazer ao redor do Mané Garrincha entra na reta final; saiba como será a escolha

Foto: Divulgação

Comissão julgadora vai escolher qual proposta atende melhor ao conceito e regras da construção. Resultado sai em dezembro.

Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.  — Foto: Andre Borges/Agência Brasília
Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. — Foto: Andre Borges/Agência Brasília

A equipe técnica do concurso que vai definir o espaço de lazer ao redor do Estádio Mané Garrincha e o Ginásio Nilson Nelson começa a se reunir com os arquitetos responsáveis pelos projetos finalistas. Uma comissão julgadora vai selecionar o melhor desenho após os últimos ajustes, o resultado deve ser divulgado em dezembro.

O concurso está sendo organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), sem interferência direta do consórcio responsável pela construção, o Arena BSB, na seleção. Na primeira etapa, arquitetos de todo o país enviaram projetos, seguindo as regras previstas em edital (saiba mais abaixo). Membros da comissão julgadora, selecionaram três finalistas que ficaram conhecidos no dia 11 de novembro.

De acordo com um dos coordenadores do concurso, o arquiteto e urbanista Thiago Teixeira de Andrade, o objetivo desta segunda e última etapa é aperfeiçoar o projeto.

“As recomendações são para afinar os projetos com o termo de referência [previsto no edital.”

A comissão julgadora, que dará a palavra final, é formada por cinco arquitetos com carreira consolidada em especialidades estratégicas para o projeto, entre elas intervenção urbana, edificações corporativas e acessibilidade (saiba ao final da reportagem quem é cada jurado).

Como deve ser o Complexo Esportivo de Brasília?

Projetos arquitetônicos finalistas para a área de lazer do Complexo Esportivo de Brasília — Foto: Divulgação
Projetos arquitetônicos finalistas para a área de lazer do Complexo Esportivo de Brasília — Foto: Divulgação

A área de lazer e entretenimento tem sido chamada de Boulevard Monumental. Ela compreende a área externa do Estádio Nacional Mané Garrincha e do Ginásio Nilson Nelson. O consórcio poderá explorar economicamente a região.

Veja algumas das atrações previstas:

  • Cinema
  • Aquário
  • Teatro
  • Casa noturna
  • Restaurantes
  • Academia
  • Quadras esportivas
  • Lojas
  • Clínicas
  • Escritórios

A área central de Brasília é tombada como patrimônio da humanidade, o que significa que, por lei, o projeto arquitetônico e urbanístico de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa deve ser preservado. A construção do complexo deve atender parâmetros de uso e ocupação do solo para o Setor de Recreação Pública Norte, reestruturando 40% do local em área verde – que corresponde a 300 mil m².

O consórcio terá de passar 5% do faturamento líquido à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap). Além disso, o órgão estima receber pela outorga da concessão cerca de R$ 150 milhões, em 35 anos.

De acordo com os responsáveis pela Arena BSB, a expectativa de investimento é de R$ 500 milhões apenas com a construção do boulevard.

Obras de 2020 até 2024

Imagem aérea do estádio Mané Garrincha e do ginásio Nilson Nelson, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução
Imagem aérea do estádio Mané Garrincha e do ginásio Nilson Nelson, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução

De acordo com o arquiteto Thiago Teixeira, o consórcio tem como base o conceito de um local de lazer que também reestruture o espaço, sem deixar de preservar suas características.

“O objetivo é qualificar uma área central de Brasília, que é fundamental para o lazer e para o entretenimento, mas que hoje se encontra bastante degradada.”

Após os últimos ajustes, já recomendados pela equipe técnica, os finalistas vão apresentar o projeto em uma sustentação oral para a comissão julgadora, no dia 12 de dezembro. O resultado do finalista deve ser divulgado dois dias depois.

Escolhido o desenho (conheça os finalistas abaixo), a empresa vai executar o projeto. A previsão é de que os trabalhos comecem em janeiro de 2020 e que a obra seja concluída até 2024.

Quem compõe a comissão julgadora?

  1. Anamaria Aragão: Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (1995) e doutorado em Urbanismo – Universitat Politecnica de Catalunya (2004). Colaborou em projetos urbanos na Holanda, França e Portugal. No DF, atuou como arquiteta do GDF e foi subsecretária de Planejamento Urbano entre 2007 e 2010. Desde 2016 é coordenadora de Projetos da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação.
  2. João Gabriel Rosa: Tem formação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Paraná (2010). Premiado em concursos nacionais – em cinco estados – e internacionais. Coordenou projetos de empreendimentos corporativos e urbanos, entre eles, o de setores habitacionais no Distrito Federal.
  3. Jurema Machado: Arquiteta e urbanista pela Universidade Federal de Minas Gerais (1979), foi presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN entre 2012 e 2016. Antes disso, coordenou o Setor de Cultura da UNESCO no Brasil, de 2002 a 2012. Passou por diversas instituições ligadas ao patrimônio histórico em Minas Gerais. Atualmente, atua como consultora na área de patrimônio e gestão urbana.
  4. Paula Zasnicoff: Formação pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAUUSP (2000), com mestrado na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (EAUFMG), em 2007. Tem projetos expostos em bienais nacionais e internacionais, como o Carnegie Museum, no Deutsche Architektur Museum, Yale University e na Bienal Internacional de Pamplona.
  5. Paulo Bruna: Tem mais de 50 anos de experiência na área de arquitetura e urbanismo. Graduado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1963). Fez pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em 1985. Atuou em projetos corporativos e comerciais e na publicação de livros sobre arquitetura moderna.

Quais são os projetos finalistas?

Salvati Empreendimentos Imobiliários, de Caxias do Sul (RS)

Projeto do arquiteto Rodrigo Salvati para a área de lazer do Centro Esportivo de Brasília — Foto: Divulgação
Projeto do arquiteto Rodrigo Salvati para a área de lazer do Centro Esportivo de Brasília — Foto: Divulgação

Prevê duas praças, sendo uma na parte nomeada “Praça das Águas”, com área coberta, posicionada no ponto mais alto do terreno e fazendo a separação entre o complexo esportivo e o boulevard.

ARQBR Arquitetura e Urbanismo, de Brasília

Projeto da ARQBR Arquitetura e Urbanismo para a área de lazer do Complexo Esportivo e de Lazer  — Foto: Divulgação
Projeto da ARQBR Arquitetura e Urbanismo para a área de lazer do Complexo Esportivo e de Lazer — Foto: Divulgação

Cria um mirante em área lateral do Mané Garrincha com visão para a cidade, de onde será possível ver o Lago Paranoá. A análise técnica destaca o paisagismo de vegetação rasteira – baixa – que visa enfatizar o Estádio Mané Garrincha como monumento aos visitantes.

AP Arquitetos, de Curitiba (PR)

Projeto da AP Arquitetos, de Curitiba (PR), para o Complexo Esportivo de Brasília — Foto: Divulgação
Projeto da AP Arquitetos, de Curitiba (PR), para o Complexo Esportivo de Brasília — Foto: Divulgação

Inclui uma praça de acesso pela via do Eixo Monumental. O projeto foi destacado pela equipe técnica por incluir cobertura parcial da área de lojas, observando a característica de clima árido da capital. Cria um envoltório verde em formato “U” em volta do estádio.

Fonte: Carolina Cruz, G1 DF

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