FLAMENGO DE JESUS “RESSUSCITA” NO APAGAR DAS LUZES E CONQUISTA O BI DA AMÉRICA

Por: Lino Tavares

Por Lino Tavares

Rubro-negro carioca opera milagre no final, vira em cima do River e leva o caneco da Libertadores

Perdoem-me começar esse comentário com um trocadilho, algo com que tenho bastante afinidade em virtude de assinar una coluna intitulada “ImprenSátira”, na qual utilizo esse expediente de humor em larga escala.  Um time que ressuscita duas vezes numa competição,  como o Flamengo ressuscitou nessa Libertadores,  a ponto de chegar ao título do torneio, justifica plenamente o fato de possuir em seu comando técnico um condutor que carrega o nome de Jesus. A primeira ressurreição flamenguista ocorreu  na fase de grupos da Libertadores, quando o Flamengo conseguiu reverter no jogo de volta, em casa, o placar de 2 a 0 sofrido diante do EMELEC, em Guayaquil,  eliminando o visitante equatoriano na decisão por pênaltis e avançando na competição.    A segunda, como todos acabamos de ver, aconteceu nesta tarde de sábado, na grande decisão do torneio continental, em Lima, quando o rubro-negro,  produzindo apenas um terço daquilo que pode, conseguiu virar o placar adverso de 1 a 0, nos últimos minutos de jogo, derrotando o River Plate e transformando em sonho aquilo que até então fora um terrível pesadelo, atormentando sua enorme torcida.  Coube ao predestinado Gabriel Barbosa, popularmente chamado de Gabigol, se tornar o artilheiro dessa façanha flamenguista, justamente numa tarde em que não conseguia desenvolver em campo nem uma décima parte do potencial futebolístico que possui. Em momentos históricos como esse, não cabe ao comentarista limitar sua análise apenas ao que aconteceu em campo, pois não se tratava apenas da disputa de uma partida e sim da decisão da mais importante competição das Américas.  Por isso, não vou gastar este espaço entrando em pormenores relacionados à qualidade futebolística daquilo que foi visto em campo, pois o fator preponderante em momentos assim deve ser o mérito relacionada à conquista do  título, algo que o novo campeão da América possui com sobra.  Sinto-me, contudo, na obrigação de dizer,  por dever de ofício e a bem da verdade, que nessa vitória épica o Flamengo contou muito mais com o fator sorte do que com o futebol qualificado que possui, mas não levou a Lima, portando-se de forma irreconhecível ao longo de quase toda a partida.  Realmente, o time comandado por Jorge Jesus sentiu o peso da responsabilidade e, sob um clima emocional desfavorável, não conseguiu desenvolver na partida um nível de rendimento sequer parecido com aquele futebol soberbo revelado nos jogos eliminatórios, diante da copeira dupla Gre-Nal, detentora de 5 títulos do torneio continental.   Mas tudo isso vira um detalhe bobo, trazido à tona apenas por questão de ofício, quando se  tem em mente que o Flamengo foi a Lima para ganhar a libertadores – e ganhou – e não para dar espetáculo de futebol.  Se para alcançar esse objetivo teve de contar com a sorte, dane-se, pois esse fator aleatório sempre esteve presente nas grandes conquistas, onde o detalhe fez a diferença levando o fiel da balança a pender para um ou para outro lado.  Além disso estamos falando de um jogo decisivo no qual o Flamengo fez por merecer essa conquista caída do céu em razão do êxito alcançado  nos confrontos em que eliminou seus adversários, sobrando em campo, sem deixar dúvidas acerca do mérito das vitórias que o conduziram à grande final.   A dificuldade flamenguista para chegar a essa conquista surpreendeu mais pelo pouco futebol apresentado do que pela forma dramática como o Flamengo conseguiu reverter o placar desfavorável, quando tudo parecia perdido.  Todos sabíamos que a disputa seria acirrada e que haveria muito roer de unhas durante os 90 minutos de jogo, o que permitia antever que a vitória nesse clássico sul-americano só iria sorrir para qualquer dos lados no detalhe.  Aliás, mesmo nos jogo do campeonato brasileiro, o super time do Flamengo nunca conseguiu superar os adversários com a mesma facilidade com que se acostumou a fazer  isso atuando no Maracanã. Seria de todo recomendável, portanto,  que o técnico Jorge Jesus começasse a estudar uma forma de introjectar em sua equipe um padrão psicológico capaz de levá-la a repetir fora de casa o mesmo futebol qualificado que desenvolve sob os olhares de sua grande e vibrante torcida, no “templo sagrado” do futebol brasileiro.  Por que digo isso ? Pela singela razão de que o Flamengo precisará alcançar a plenitude futebolística que revela no Maracanã,  se quiser  conquistar o Mundial da Fifa, no mês que vem, pois sem  isso não conseguirá superar o poderio do representante europeu nesse choque rei do futebol mundial.   Afinal, não dá para contar apenas com essa história de “milagres da ressurreição com Jesus”, até porque isso não passa de uma colocação satírica que veio a baila nesse texto como elemento ilustrativo, visando a dar um colorido a esses momentos de intensa e procedente euforia vividos pela maior torcida do Brasil e quiçá do Planeta.  

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