• POR LINO TAVARES /SOS ESPORTES

Os super felizes torcedores do Flamengo e as desesperadas torcidas dos times da “degola”

Neste finzinho do Brasileirão de 2019, que teve seu desenrolar no meia da semana com a realização da 35ª rodada, vale observar que vive-se nessa etapa derradeira do certame a existência de sete grupos de torcedores, do ponto de vista psicoemocional.  O primeiro deles é o dos super felizes, representado pela torcida do Flamengo que, a par de ser contemplada com o título da Libertadores, tornou-se campeã brasileira da temporada com quatro rodadas de antecedência.  A entrega da taça, contudo, aconteceu no jogo praticamente amistoso, diante do Ceará no Maracanã, que o Flamengo saiu perdendo e fez do limão uma limonada, virando o placar e derrotando o visitante cearense pelo clássicos marcador de 3 a 1. O segundo grupo é dos muito contentes, representado pela torcida do Athletico Paranaense, que conquistou a Copa do Brasil, garantindo vaga para a fase de grupos da Libertadores e ainda se dando ao luxo de ocupar posição privilegiada na tabela do Brasileirão, abrindo espaço para a participação do oitavo colocado do certame na etapa preliminar do torneio continental.  O terceiro é o grupo dos inconformados, composto pelos torcedores palmeirenses, que não aceitam resignados o fato de seu clube ter investido milhões em contratações, liderar o certame com pinta de campeão em meados do primeiro turno e acabar tendo que brigar com o Santos para tentar ficar com a vice-liderança, frustrando a expectativa legítima de título, que havia no início da competição.  O quarto grupo é o dos acomodados e a ele se incluem as torcidas do Santos, com vaga garantida na fase de grupos da Libertadores, do Grêmio e do São Paulo, com chance de garantir isso, mas praticamente já classificados para a fase de grupos do torneio. O quinto é o grupo dos apreensivos, onde figuram torcedores do Corinthians e Inter, que precisam manter a classificação atual, que dá acesso à pré-Libertadores, além do Goiás, que ao derrotar o colorado no Beira-Rio, manteve a chance de conquistar uma vaga nessa etapa preliminar do certame continental.   Temos ainda o  sexto grupo,  que classifico como o dos conformados, repleto de torcedores daqueles clubes que nada ganharam, mas se dão por satisfeitos em permanecer na elite do futebol brasileiros em 2020, embora entre eles apenas dois estejam totalmente livres do rebaixamento para a série B. Integram essa faixa torcedora os simpatizantes do Bahia e Fortaleza (já garantidos na série A), além de Vasco, Botafogo, Atlético Mineiro e Fluminense, com remotas possibilidade de terminar o certame rebaixados. Finalmente, cumpre destacar o sétimo grupo, que identifico como o dos torcedores  desesperados, cujos clubes precisam aproveitar o máximo possível os nove pontos que lhes restam disputar, para não começarem a temporada de 2020 rastejando no desconforto da disputa indesejada da segunda divisão.   Três clubes vivem esses momentos de pânico. O Ceará, que está à beira do precipício do Z-4, bem como o Cruzeiro (maior decepção de 2019) e o CSA, ambos com um pé na cova do rebaixamento, que terão de fazer das tripas coração para não fazerem companhia em 2020 aos já rebaixados Avaí e Chapecoense.  Aliás, com relação à queda da Chapecoense para a série B, devem se somar ao desconforto de sua entusiástica torcida milhares de simpatizantes espalhados pelo Brasil afora, que se ligaram afetivamente ao alviverde do oeste catarinense depois do lamentável acidente aéreo que vitimou seu time na Colômbia,  naquele trágico 29 de novembro de 2016, que hoje completa três anos. 

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Foto: UOL