Renato Riella: FUNK DE PARAISÓPOLIS É CLANDESTINO E PRECISA ENTRAR NA LEI

Foto: Outras Palavras

Finalmente vi, no Programa do Bial, uma abordagem técnica sobre a morte de nove pessoas pisoteadas no Funk de Paraisópolis, chamado de Pancadão.
A violência policial é um fato, mas como se explica que um evento, que reúne de cinco a 30 mil pessoas. seja feito sem qualquer organização?
Constatação: a principal causa das mortes foi a inexistência de pontos de fuga em caso de conflito.
A saída em caso de emergência estava bloqueada por portão de ferro. As pessoas morreram esmagadas pela massa em fuga nessa área.
O programa mostrou que até os blocos de rua, em todas as grandes cidades, hoje têm regras discutidas com os órgãos governamentais, inclusive com horário de encerramento.
A população de cem mil pessoas, em Paraisópolis, vive atormentada por um evento de porte elevado que faz barulho até o início da manhã (as mortes ocorreram às 4h da manhã).
Qualquer grande evento no país proíbe venda de bebidas a menores – muito menos drogas.
O laudo sobre as vítimas de Paraisópolis revelou consumo de crack, cocaína e bebidas diversas. Nenhum dos nove mortos, inclusive menores, estava sóbrio.
Foi derrubado no Bial o argumento de que o Pancadão merece ser livre por ser um evento de pobres e para pobres. O movimento dos “politicamente corretos” adora situações fora da lei.
Gente da região disse claramente que rola muito dinheiro, elevado consumo, e muitos ficam ricos organizando este tipo de evento.
E por que podem fazer um super Pancadão sem nenhum planejamento, ganhando dinheiro fora da lei e gerando riscos diversos?
As mortes ocorreram numa espécie de conflito de mais de 30 policiais militares com participantes do funk. E aí a PM está sendo acusada, devendo gerar a condenação de alguns policiais por violência na abordagem (embora o laudo não tenha constatado ferimentos causados por ação dos PMs).
Mas, e se as mortes tivessem ocorrido depois de um incêndio? De quem seria a culpa?
Em todos os casos, a culpa é da ilegalidade do evento.
No Rio, também, há ocorrências de funk clandestino, sem regra nem lei, com imagens diversas de gente armada circulando pelos salões.
Ou o Brasil legaliza o funk, ou abandona esse tipo de evento à própria sorte, sem policiamento nem socorro de qualquer tipo.
Lembrem que um dos mortos às 4h da madrugada tinha apenas 14 anos, consumindo álcool.
O Governo de São Paulo está desafiado a implantar normas rigorosas. Basta impedir o início do evento se não tiver alvará expedido por Defesa Civil, Bombeiros, Polícia Militar, meio ambiente (som), Juizado de Menores, etc.
Os organizadores do Pancadão exploram a população pobre e precisam sair da clandestinidade.

(RENATO RIELLA)

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