Gen. Paulo Chagas: PARTIDOS POLÍTICOS E FÃS CLUBES

Foto: Terceiro Tempo Uol
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Está na hora de separar fã clube e partidos políticos (Foto: Notibrás)

Caros amigos

O Partido Justicialista (PJ) surgiu na Argentina como síntese do pensamento de Juan Domingos Peron e tomou seu nome: “Peronismo”.

O peronismo, ou justicialismo, é um movimento em torno de um nome, de uma pessoa, e não de uma ideologia ou de uma proposta de gestão pública, seja ela capitalista, liberal, fascista ou socialista.

Perón se apresentava como capitalista, todavia, fechou a economia, estatizou empresas, estabeleceu o controle de preços ao arrepio do mercado, acabou com a liberdade da imprensa e praticou ao máximo o culto à sua personalidade e à imagem filantrópica da sua mulher, Eva Péron: O pai dos pobres e la madre de los descamisados.

O “getulismo” foi na mesma toada do “peronismo”, são faces da mesma moeda. Basta observar o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), destinado a enaltecer a imagem do “líder” como o “pai dos pobres”.

O populismo e o culto à personalidade foram fundamentais para Peron e para Vargas. Foram instrumentos de influenciação usados para fanatisar seus seguidores e construir imagens messiânicas em torno de si e, dessa forma, obter liberdade para agir de acordo com os seus próprios interesses e ambições pessoais, pondo em prática projetos de poder ditatoriais que não se subordinavam a projetos democráticos de governo.

Assim como o Partido Justicialista (PJ) se estruturou em torno de Peron, o antigo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) era a imagem de Getúlio Vargas e, seguindo a regra, contemporaneamente, o Partido dos Trabalhadores (PT) foi criado para ser o Partido do LULA.

Na vigência da democracia, a política se organiza em torno de líderes representativos de projetos. A observação da história, mesmo que superficialmente, nos permite ver que quando, por acomodação do pensamento e da razão das massas, a figura do líder passa a se sobrepor às propostas e aos projetos de governo e estes tornam-se simples figuras de retórica, a democracia está ameaçada e, mais cedo ou mais tarde, deixa de existir.

Se o povo entrega o poder a um líder e não a uma proposta representada por ele, o eleito poderá fazer o que quiser e o povo ficará à sua mercê.

Por outro lado, se o eleito representa uma proposta ou um conjunto de ações e não ele próprio e suas ambições, esta pessoa tem um compromisso com a nação e limites a serem respeitados.

Para que haja democracia, os ideais têm que ser mais fortes do que os líderes e os partidos políticos não podem assemelhar-se a “fãs clubes”!

Gen Paulo Chagas/colunista SOS BRASÍLIA

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