Bolsonaro convida Regina Duarte para a Secretaria da Cultura

Segundo aliados do presidente, atriz ficou de responder nos próximos dias

Por Naira Trindade, O Globo

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro convidou a atriz Regina Duarte na tarde desta sexta-feira para assumir a Secretaria da Cultura do governo federal. O convite foi feito por telefone, numa ligação do próprio presidente. Segundo aliados de Bolsonaro, Regina ficou de responder nos próximos dias.

Regina Duarte foi convidada para ocupar a vaga de Roberto Alvim, demitido nesta sexta-feira após copiar frases de um discurso nazista em um pronunciamento oficial da pasta. Até a definição do novo secretário, assume interinamente José Paulo Soares Martins.

Defensora do governo Bolsonaro, a atriz é amiga da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Regina é uma das conselheiras do Pátria Voluntária, programa de Michelle para fomentar a prática do voluntariado.

Em agosto, Regina esteve em Brasília para uma reunião do Pátria Voluntária. “A sociedade precisa ocupar seu espaço de contribuição para um país crescente, para um país que evolua e que crie mais chances e mais oportunidades para as novas gerações. Nesse sentido, o voluntariado pode ocupar um espaço importantíssimo”, afirmou, na ocasião.

Segundo o site “UOL”, a atriz deu entrevista à rádio Jovem Pan. Regina não bateu o martelo sobre o convite, mas afirmou que não considera estar preparada para assumir a pasta.

Conhecida pelas suas posições conservadoras, a atriz Regina Duarte foi convidada pelo governo Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial de Cultura no lugar de Roberto Alvim. Na imagem, de dezembro de 2016, Regina participa de manifestação em apoio ao juiz Sergio Moro, na Avenida Paulista, em São Paulo Foto: Rogério Gomes / Agência O Globo
Conhecida pelas suas posições conservadoras, a atriz Regina Duarte foi convidada pelo governo Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial de Cultura no lugar de Roberto Alvim. Na imagem, de dezembro de 2016, Regina participa de manifestação em apoio ao juiz Sergio Moro, na Avenida Paulista, em São Paulo Foto: Rogério Gomes / Agência O Globo
Regina Duarte e Bolsonaro em 2018, durante a campanha para a presidência, quando a atriz declarou seu apoio ao então candidato do PSL. Regina prometeu responder o convite para a secretaria até este sábado Foto: Reprodução
Regina Duarte e Bolsonaro em 2018, durante a campanha para a presidência, quando a atriz declarou seu apoio ao então candidato do PSL. Regina prometeu responder o convite para a secretaria até este sábado Foto: Reprodução
Regina Duarte varre chão da Avenida Paulista ao lado do então prefeito de São Paulo, João Doria, em janeiro de 2017 Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Regina Duarte varre chão da Avenida Paulista ao lado do então prefeito de São Paulo, João Doria, em janeiro de 2017 Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Regina Duarte, em entrevista a uma emissora de televisão portuguesa, disse, em 2016, que o Brasil passava por um processo delicado. “Havia tanta esperança nesse governo
(Dilma Rousseff), e ele
frustrou um país, de uma
forma muito agressiva, violenta. É triste”, afirmou Foto: Reprodução
Regina Duarte, em entrevista a uma emissora de televisão portuguesa, disse, em 2016, que o Brasil passava por um processo delicado. “Havia tanta esperança nesse governo (Dilma Rousseff), e ele frustrou um país, de uma forma muito agressiva, violenta. É triste”, afirmou Foto: Reprodução
Em 2002, Regina Duarte afirmava, em um vídeo gravado para o programa eleitoral do então candidato do PSDB, José Serra, temer a vitória do ex-presidente Lula nas eleições daquele ano Foto:   / Reprodução
Em 2002, Regina Duarte afirmava, em um vídeo gravado para o programa eleitoral do então candidato do PSDB, José Serra, temer a vitória do ex-presidente Lula nas eleições daquele ano Foto:   / Reprodução

“Eu não me sinto preparada. Acho que a gestão pública é algo complicado. Uma pasta como a da cultura, muito mais. Este é um país imenso e continental, tem muitos artistas, grupos, criações, vamos querer abraçar tudo. Eu fico muito preocupada de não estar preparada”, admitiu Regina, que disse ainda “ter que pensar em coisas que não imaginava estar pensando agora”.

Outras opções

Ministros de Bolsonaro defenderam também o nome do secretário de Audiovisual, André Sturm, como uma solução imediata para o cargo. Sturm passou por um pente fino do governo em dezembro quando foi anunciado para assumir a Secretaria de Audiovisual.

Pesou contra André Sturm o fato de ele ter sido secretário de Cultura de João Doria, no governo de São Paulo. Sturm foi levado para o governo federal a convite de Roberto Alvim, durante um almoço na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em dezembro passado. Ele deve substituir Katiane Gouvêa, que ocupou a secretaria por duas semanas.

Além de Sturm, Josias Teófilo, diretor de ‘O jardim das aflições’, sobre o guru Olavo de Carvalho, também foi cotado para a vaga. Esta é a segunda vez que o nome de Teófilo aparece como opção para um cargo no governo. A primeira vez foi para a área de Audiovisual, assumida por Sturm, em dezembro passado.

‘Amor a Israel’

Bolsonaro considerou insustentável a permanência de Alvim no cargo e ainda considerou a gravação como um “pronunciamento infeliz”. A aliados, o presidente justificou a demissão pelo “amor a Israel”, como mostrou a colunista Bela Megale.

— Ele disse que tinha de demiti-lo por amor e respeito a Israel. A questão de Israel é muito cara ao presidente. Ele nos disse que não poderia permitir que feridas que jamais serão cicatrizadas sejam expostas no governo dele — descreveu o deputado Ottoni de Paula (PSC-RJ), que estava na sala do presidente no momento da demissão.

Fonte: O Globo

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