Número de mortes por dengue em 2019 é o maior da história do DF

Casos de dengue disparam no DF — Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Total de óbitos no ano passado somou 62 casos. Monitoramento feito pela Secretaria de Saúde desde 1998 nunca havia ultrapassado 38 vítimas.

Por Carolina Cruz, G1 DF

Casos de dengue disparam no DF — Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Casos de dengue disparam no DF — Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal apontam que, no ano passado, 62 pessoas morreram por conta da dengue na capital. Esse é o maior número já registrado em monitoramentos divulgados pela pasta desde 1998 – quando foi confirmado o primeiro caso grave da doença no DF.

Os número dos casos de dengue no ano passado foram atualizados pela Secretaria em boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (16). O documento soma os registros de doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti entre 30 de dezembro de 2018 e 28 de dezembro de 2019.

Ao longo de todo o ano de 2018, o DF havia registrado duas mortes por dengue. Sendo assim, o número registrado no ano passado é mais de 30 vezes maior. O último recorde havia sido em 2015, quando houve 38 óbitos. (veja na tabela abaixo).

Tabela em boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do DF aponta os dados da dengue em 2018 e 2019  — Foto: Secretaria de Saúde/Reprodução

Tabela em boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do DF aponta os dados da dengue em 2018 e 2019 — Foto: Secretaria de Saúde/Reprodução

No boletim epidemiológico, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde do DF afirma que “está desenvolvendo atividades com todas as Direções Regionais de Atenção Primária à Saúde, desde do fim de julho de 2019, para a subsidiar e sensibilizar as regiões de saúde na execução do Plano de Enfrentamento das Arboviroses, 2019-2020”.

Acionada pelo G1, a pasta informou que “tem intensificado as atividades de prevenção à doença” e que um dos motivos para o aumento de mortes pela doença foi a circulação da dengue tipo 2, que é mais agressiva (veja íntegra abaixo).

Casos da doença

Em 2019, a Secretaria de Saúde recebeu 53.967 casos suspeitos de dengue. Destes, 47.393 foram considerados “casos prováveis”, sendo 44.311 de pessoas residentes no DF. Já no ano de 2018, foram 3.932 casos suspeitos e 2.463 casos prováveis.

A maior parte dos doentes no ano passado são pessoas de 20 a 49 anos de idade – grupo que representa 49,4% dos casos. Veja o ranking:

  • 20 a 49 anos: 49,4%
  • Mais de 50 anos: 17,2%
  • 10 a 19 anos: 16,2%
  • 1 a 9 anos: 13,5%
  • Até um ano: 3,7%

Regiões do DF

De acordo com o boletim epidemiológico, a região administrativa que acumulou o maior número de casos prováveis de dengue foi Planaltina, com 5.667. Em segundo está Ceilândia, com 4.163 ocorrências. Em terceiro, São Sebastião, com 3.129.

Tabela em boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do DF aponta os dados da dengue nas duas últimas semanas de 2019 — Foto: Secretaria de Saúde/Reprodução

Tabela em boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do DF aponta os dados da dengue nas duas últimas semanas de 2019 — Foto: Secretaria de Saúde/Reprodução

Ainda segundo o documento da Secretaria de Saúde, os dados de 2019 não foram completamente computados, pois estão “em processamento”.

O que diz o GDF

Em nota enviada ao G1, a Secretaria de Saúde listou medidas que estão sendo tomadas para o combate à dengue. Confira íntegra abaixo:

“A Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) – responsável pelas ações de combate a dengue -, tem intensificado as atividades de prevenção à doença. A Dival aumentou o controle vetorial, com uso de larvicidas e aplicação de UBV costal, principalmente nas cidades que apresentaram mais casos.

Constantemente são realizadas capacitações aos profissionais de saúde, tanto para os agentes de vigilância ambiental – que fazem a fiscalização nos imóveis -, quanto para os profissionais da assistência que atuam nas unidades de saúde. Todos os dias os agentes de vigilância ambiental realizam inspeções nos imóveis de todo o Distrito Federal.

Em 2019 foi a primeira vez que o Distrito Federal passou a ter maior circulação da Dengue tipo 2, que é a forma mais agressiva da doença. Essa é uma das principais explicações para o aumento de internações e óbitos por dengue que ocorreram no ano passado.

Não é possível mensurar todo o valor gasto na prevenção, pois engloba a compra dos insumos médicos, de equipamentos e insumos para atuação dos agentes nas ações nos imóveis, investimento em treinamento dos profissionais, ações educativas e ações de comunicação, como confecção de material impresso e propagandas.”

Fonte: G1/DF

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