Brumadinho: famílias se recusam a enterrar só fragmentos de vítimas

Divulgação / REUTERS / Washington Alves

Após um ano de buscas, nenhum corpo foi encontrado inteiro, e a Polícia Civil mantém um caminhão com mais de 800 partes restos mortais

Um ano depois da tragédia, buscas continuam em Brumadinho

Um ano depois da tragédia, buscas continuam em Brumadinho

Divulgação / REUTERS / Washington Alves

Um ano depois da tragédia em Brumadinho, uma situação inédita mobiliza polícia, Ministério Público e Justiça: como identificar e o que fazer com os fragmentos de tantas vítimas encontrados todos os meses sob a lama.

Muitos são de pessoas que já foram até enterradas. Já alguns dos mortos não tiveram sepultamento, e as famílias vivem um drama porque esperam enterrar os corpos dos parentes inteiros.

Os bombeiros já vasculharam 95% da lama, agora endurecida, em Brumadinho. E, numa situação sem precedentes na história forense do Brasil, os corpos das vítimas da tragédia não foram encontrados inteiros sob os escombros. E, por isso, muitas famílias não conseguem enterrar os corpos de seus entes queridos e amigos.

Ao menos quatro famílias de vítimas vivem o mesmo drama: com apenas partes dos corpos encontradas, elas querem que os parentes tenham um enterro digno.

No entanto, nenhum corpo foi encontrado inteiro sob os escombros. A lama, densa e pesada, escorreu pelos vales a 80 km/h e despedaçou quem encontrou pela frente. 

Desde o dia da tragédia, um caminhão armazena mais de 800 restos mortais. São pedaços de um quebra-cabeça que a polícia tenta resolver. 

Até agora, 96% das vítimas foram identificadas, a maioria por meio de exames de DNA, o que confere a Brumadinho um dos maiores índices do mundo de identificação de corpos em grandes tragédias, maior até que as Torres Gêmeas, em Nova York, que não chegou a 60%.

Fonte: R7

COMPARTILHE AGORA:

Leia também