Os vigaristas da adversativa não se emendam

O que interessa à direção do jornal é o que vem depois do “mas”

Pixabay

Disfarçados de redatores de manchetes da primeira página, os vigaristas da adversativa não se emendam — e são duros na queda. Sempre que aparece uma notícia boa, eles anabolizam alguma irrelevância, conferem-lhe o mesmo peso da que realmente interessa e, sempre depois de um MAS precedido pela vírgula, infiltram a ressalva concebida para decretar o empate.

Foi que fez a Folha na manchete deste domingo: “Sob Bolsonaro, crime cai e emprego cresce, mas área social piora”. A direção do jornal deve achar que a área social estaria bem melhor se a criminalidade subisse e o desemprego crescesse.

Augusto Nunes

*Augusto Nunes estudou na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP) e começou sua carreira como revisor no Diário dos Associados. Foi repórter em O Estado de S.Paulo e da revista Veja. Dirigiu jornais e revistas como O Estado de S.Paulo, Jornal do Brasil (SP), Veja, Época e Forbes. Apresentou o Roda Viva, da TV Cultura.
Augusto foi quatro vezes vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo e considerado pela Fundação Getúlio Vargas (FVG) um dos mais importantes profissionais da área do país. Envolvido com literatura, um dos livros que organizou e editou foi o Minha Razão de Viver: Memórias de Um Repórter. Escreveu as biografias de Tancredo Neves e de Luís Eduardo Magalhães, além de A Esperança Estilhaçada — Crônica da Crise que Abalou o PT e o Governo Lula.

Fonte: R7

COMPARTILHE AGORA:

Leia também