Abandonado e deteriorado, Torre Palace Hotel agora é foco de dengue

Não há desfecho iminente para a carcaça do prédio, que virou criadouro do mosquito Aedes aegypti. Processos estão parados na Justiça

 

O imbróglio envolvendo o inóspito Torre Palace Hotel, no Setor Hoteleiro Norte, entra em seu quinto ano sem solução. O edifício acumula problemas de violência e saúde, incomodando quem trabalha, mora e se hospeda nas proximidades. Tudo isso no coração da capital, a poucos metros dos principais pontos turísticos da cidade. Enquanto se deteriora por conta do abandono, os processos judiciais tramitam a passos lentos.

Um pequeno surto de dengue é o transtorno mais recente. No fim de 2017, 10 funcionários do hotel Nobile Suítes Monumental, vizinho ao Torre Palace, contraíram a doença. A suspeita é que os mosquitos tenham vindo da carcaça do edifício.

 

O caso levou a direção do empreendimento a procurar as autoridades responsáveis e pedir providências, uma vez que espaço – agora vedado nos andares inferiores para impedir a ocupação de sem-teto – passou a acumular água de chuva sem o tratamento necessário em sua cobertura.

Após o pedido do hotel, a Vigilância Ambiental do DF aplicou inseticida nos arredores do edifício no começo de 2018. O trabalho, porém, não foi suficiente. O interior do prédio, por exemplo, é um campo vasto para criadouros do mosquito.

 

Insegurança
Mesmo após ter suas entradas fechadas com concreto, o Torre Palace ainda serve de abrigo para moradores de rua e esconderijo de assaltantes. A presença deles incomoda e amedronta hóspedes e funcionários dos hotéis da região, que evitam circular por ali em qualquer horário, seja de dia ou de noite.

Fora os assaltos, o furto de carros é recorrente. Os crimes ocorrem tanto na área pública quanto no estacionamento térreo dos hotéis. “Temos uma média de um veículo furtado por semana”, conta Danilo Stacciarini, gerente-geral do Nobile Suites Monumental.

O temor é confirmado por quem se hospeda com frequência no Setor Hoteleiro Norte. O diretor de TV Ruy Façanario redobra a atenção em certos horários. “Tomo bastante cuidado, mas já conheço a região. Evito passar muito perto dali. A situação desse prédio é ruim até pela paisagem, muito feio vê-lo assim”, reclama.

O abandono da construção e seus consequentes embaraços atingiu o bolso dos comerciantes. A gerência do Nobile Suites diz ter perdido um de seus principais clientes: a Embaixada dos Estados Unidos da América. Desde a ocupação e a desocupação do prédio vizinho, em 2016, a hospedagem na Quadra 4 do Setor Hoteleiro Norte local deixou de ser uma opção.

 

Fonte: metropoles.com

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