‘Ela era um amor com a filha’, diz tio de criança morta no DF
Mulher foi presa por esfaquear e matar menina de 2 anos na casa do pai, em Vicente Pires. Polícia Civil investiga.
Por Carolina Cruz, G1 DF
Polícia Civil faz perícia em apartamento onde menina de 2 anos e 2 meses foi morta a facadas, no DF — Foto: Luiza Garonce/G1
A mulher de 21 anos – presa nesta quinta-feira (13) por matar a filha de 2 anos e 2 meses – mantinha uma “boa relação” com a criança, segundo familiares. A menina foi assassinada a facadas na casa do pai, em Vicente Pires, no Distrito Federal.
Segundo o tio da criança, Igor Felix Araújo da Costa, a bebê levou pelo menos duas facadas no peito. Laryssa Moraes – mãe da menina – foi levada para delegacia e prestou depoimento. “Ninguém imaginava que poderia acontecer isso”, disse o tio.
“Aparentemente era uma relação boa, é até estranho acontecer isso. Ela era um amor com a filha dela. Matar a própria filha é loucura.”
Ainda de acordo com Igor, Giuvan Felix, de 25 anos, e Laryssa tiveram um “relacionamento casual” e, apesar de morarem na mesma casa, na Colônia Agrícola Samambaia, os dois estavam separados há dois meses. “Ela precisou de ajuda para vir a Brasília e ficou lá”, conta.
A reportagem não localizou a defesa da mulher detida.
Laryssa Moraes e a filha, de 2 anos, durante passeio; em imagem de novembro de 2019 — Foto: Instagram/Reprodução
Ainda na delegacia, Igor contou à reportagem que, após o crime, conversou com o irmão – pai da criança assassinada – e ele estava “arrasado”.
“Ele contou que acordou com a Laryssa com uma faca no rosto dele e [Giuvan] está até com um corte no rosto . Quando ele olhou, a menina estava na sala com dois furos no peito.”
Ainda de acordo com o tio, a família agora busca respostas pelo crime. “Sem explicação. Não conseguimos saber e nem fazer nada”, lamenta.
‘Desavença’
Em depoimento à Polícia Civil, Giuvan informou que Laryssa foi expulsa da casa da mãe, em Padre Bernardo (GO). O motivo seria o envolvimento com drogas. Desde então, a ex-namorada passou a morar com ele, em Vicente Pires, por uma temporada.
Ainda de acordo com o delegado Josué Ribeiro, que investiga o caso, o homem contou que ele a mulher se desentenderam após ela afirmar que reataria um relacionamento com uma ex-namorada. “Foi a única desavença no período em que eles moraram juntos”.
Giuvan não teria aceitado que a jovem ficasse com a filha nestas circunstâncias e decidiu que iria pedir a guarda da filha na Justiça. Ele ainda contou aos policiais que tinha um acordo com Laryssa para ela deixar a casa nesta quinta-feira (13) – quando aconteceu o crime.
Momento do crime
Segundo a Polícia Civil, o apartamento onde a família morava tinha apenas um quarto. Giuvan dormia em um colchonete no chão e Laryssa com a criança em uma cama. A apuração preliminar aponta que a criança teria sido morta na cozinha da casa. Peritos encontraram uma faca em cima da pia.
Giuvan afirmou em depoimento na delegacia que foi atacado por Laryssa, mas conseguiu desarmá-la. Em seguida, ele disse que ligou para a PM.
Durante a ligação, a mulher arrastou o corpo da filha para quarto com a intenção de mentir para os policiais, afirmando que a casa teria sido invadida.
Ao lado do corpo
A mulher estava ao lado do corpo da filha quando os militares chegaram na casa. Ela teria dito à PM que “não sabia por que tinha feito aquilo”. Segundo os policiais, Laryssa confessou o crime enquanto conversava com a equipe do Samu.
No local, vizinhos disseram à reportagem que ouviram o choro da criança durante a noite e que a mãe da menina teria tido uma “crise de ciúmes”. Já o pai da menina disse à Polícia Civil que não escutou qualquer barulho, e não comentou caso de ciúme por parte de Laryssa.
Fachada da 12ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga — Foto: Carolina Cruz/G1
Aos policiais, o pai da vítima disse ainda que Laryssa faz uso de drogas e de álcool, mas que na hora do crime ela não havia consumido nada. Uma equipe do Samu chegou a ir até o local e constatou o óbito da menina.
A mulher não resistiu à prisão e foi levada à 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga). O homem também foi encaminhado à DP para prestar depoimento.
Fonte: G1/DF