Feminicídio: mulher morre após ser agredida em São Sebastião; família acusa marido

Foto: Tv Globo/Reprodução

Companheiro da vítima foi levado para delegacia. Este é o 28º crime do tipo registrado de janeiro a novembro no Distrito Federal; levantamento é do G1.

Por Afonso Ferreira e Brenda Ortiz, G1 DF

Mulher de 26 anos morre após ser agredida pelo marido em São Sebastião — Foto: Tv Globo/Reprodução

Mulher de 26 anos morre após ser agredida pelo marido em São Sebastião — Foto: Tv Globo/Reprodução

Uma mulher de 26 anos, identificada como Renata Alves dos Santos, morreu na noite desta sexta-feira (1), depois de ser agredida na casa onde morava com a família em São Sebastião, no Distrito Federal. O companheiro da vítima é suspeito do crime, segundo relatos da família. A mãe da vítima também foi ferida.

O caso é investigado pela Polícia Civil como feminicídio. Este é o 28º crime do tipo ocorrido este ano no Distrito Federal, segundo levantamento do G1 (veja lista abaixo).

O suspeito foi levado para a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) — Foto: Tv Globo/Reprodução

O suspeito foi levado para a 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) — Foto: Tv Globo/Reprodução

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a mãe da vítima disse que ela teria sido morta pelo marido. Os militares deram voz de prisão ao homem que foi levado para a 30ª Delegacia de Polícia, em São Sebastião.

A mãe de Renata contou aos bombeiros que o marido teria chegado em casa bêbado e agredido as duas. O suspeito alegou que a esposa tinha caído e batido com a cabeça na quina de uma mesa.

A vítima e o marido moravam juntos a cerca de um ano. Eles não tinham filhos do relacionamento, mas Renata deixou uma filha de três anos, e um filho de sete anos, que não moravam com o casal.

CPI do Feminicídio

A CPI foi instaurada nesta quinta-feira (31), na Câmara Legislativa (CLDF), para investigar feminicídios ocorridos na capital. A previsão é que os trabalhos comecem em 5 de novembro.

Mulheres protestam pela criação da CPI do Feminicídio na CLDF — Foto: Afonso Ferreira/G1

Mulheres protestam pela criação da CPI do Feminicídio na CLDF — Foto: Afonso Ferreira/G1

A abertura da comissão ocorre dois dias após um grupo de mulheres organizar uma manifestação no plenário da Casa e 51 dias depois da apresentação do requerimento de abertura da comissão. O pedido contou com a assinatura de 21 dos 24 deputados distritais.

Os trabalhos terão duração de 180 dias – até abril de 2020 – prorrogáveis por igual período. Cinco parlamentares vão compor o grupo. Veja abaixo:

Membros titulares:

  • Arlete Sampaio (PT)
  • Cláudio Abrantes (PDT)
  • Fábio Felix (Psol)
  • Hermeto (MDB)
  • Telma Rufino (Pros)

Suplentes:

  • Martins Machado (PRB)
  • Chico Vigilante (PT)
  • Leandro Grass (Rede)
  • Eduardo Pedrosa (PTC)
  • Roosevelt Vilela (PSB)

O pedido para criação da CPI foi apresentado pelos distritais Arlete Sampaio (PT) e Fábio Felix (Psol), membros da oposição ao governador Ibaneis Rocha (MDB).

Segundo o requerimento, a comissão tem o objetivo de enfrentar de “forma eficaz o aumento de feminicídios no DF e identificar falhas nas políticas públicas de prevenção e acolhimento às mulheres”.

Para Arlete Sampaio (PT), a proposta é “formular políticas públicas capazes de deter essa onda [de assassinatos]”. Ao fim do prazo, um relatório pretende apontar medidas que deem mais segurança às mulheres.

“É mais do que necessário discutir o papel do homem e o da mulher na sociedade. Temos que apontar ao Poder Executivo que medidas devem ser tomadas para evitar a morte de mais mulheres.”

O G1 acompanhou os feminicídios registrados na capital neste ano. Veja lista abaixo.

FEMINICÍDIOS NO DF EM 2019

Fonte: G1/DF

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