Sérgio de Arruda Quintiliano, o “Minotauro”, está no Presídio Federal de Brasília sob forte esquema de segurança
Aliados do traficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano, o “Minotauro”, um dos principais líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), preso em fevereiro de 2018 pela Polícia Federal brasileira, estão entre os 76 detentos (*) que fugiram do presídio de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na madrugada deste domingo (19/01/2020). Considerado da alta cúpula da organização criminosa, “Minotauro” é mantido no Presídio Federal de Brasília, assim como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Do total de fugitivos, pelo menos 40 são brasileiros. Segundo o Ministério da Justiça do país vizinho, os presos deixaram os dois pavilhões da penitenciária por um túnel de 25 metros, mas não se descarta o envolvimento de responsáveis pela segurança do presídio na fuga em massa.
“Minotauro” foi indicado ao posto de liderança do PCC por Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, considerado o principal sócio em investimentos e propriedades de Marcola no Paraguai. Fuminho também é apontado como o responsável por um possível plano de resgate do Marcola em Brasília, revelado pelo Metrópoles em janeiro deste ano.
Antes de ser preso pela Polícia Federal durante a Operação Tseu, da PF, “Minotauro” estava à frente da guerra do PCC contra facções rivais pelo controle do tráfico de drogas e armas na fronteira entre os dois países. O traficante brasileiro foi encontrado em fevereiro do ano passado em um apartamento, em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina, região onde agia.
Presídio Federal de Brasília tem forte esquema de segurança
“Minotauro” foi preso no ano passado
Gostava de promover festas em restaurantes de luxo e ostentar carrões, que foram apreendidos durante operação da PF
Dinheiro e celulares apreendidos com o traficante
Presídio Federal de Brasília tem forte esquema de segurança
“Minotauro” foi preso no ano passado
A entrada dele no PCC ocorreu em 2005, quando tentou matar a tiros um coronel da Polícia Militar de Hortolândia (SP). Em 2018, foi acusado de organizar a execução de um investigador do Paraguai em Ponta Porã (MS), identificado como Wescley Vasconcelos Dias, 37 anos.
No DF, porém, está sob forte e sofisticado esquema de vigilância e segurança 24 horas no Presídio Federal de Brasília. Devido à periculosidade que representa, recebe uma atenção especial das autoridades federais.
A segurança é reforçada com a intensa atuação da unidade especializada no combate às facções da Polícia Civil do DF (PCDF), a Divisão de Repressão a Facções Criminosas (Difac).
Segurança máxima
A penitenciária de Brasília foi inaugurada em outubro de 2018. Os três primeiros detentos a ocuparem o local integram o PCC. Conta com 50 celas individuais erguidas em uma estrutura de concreto armado e monitorada 24 horas por dia.
Na unidade prisional, que fica no Complexo Penitenciário da Papuda, há circuito de câmeras com transmissões em tempo real, além de sensores de movimento e alarmes. Segundo o Departamento Penitenciário (Depen), o sistema conta com equipamentos capazes de identificar drogas e explosivos nas roupas dos visitantes, detectores de metais e sensores de presença, entre outras tecnologias.
Cada preso fica em uma cela individual de 6 m² e tem direito a duas horas de banho de sol por dia. Advogados e amigos podem visitar os detentos no parlatório, enquanto os familiares têm acesso ao pátio. É proibida a entrada de televisores, rádios e qualquer outro tipo de comunicação externa.
Os presídios federais cumprem determinações da Lei de Execução Penal (LEP) e começaram a ser construídos em 2006. As unidades recebem detentos, condenados ou provisórios, de alta periculosidade. O isolamento individual é destinado a líderes de organizações criminosas, presos com histórico de crimes violentos, responsáveis por fugas e rebeliões, réus colaboradores e delatores premiados.
Além da Penitenciária Federal de Brasília, existem outras quatro de segurança máxima no país: Catanduvas (PR), Mossoró (RN), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Reportagem: IGO ESTRELA/METRÓPOLES e Mirelle Pinheiro/Metrópoles.
Fotos: Igo Estrela/Metrópoles
Fonte: Metrópoles