Paulo de Caldas Osório está detido desde segunda (2), após confessar assassinato de Bernardo, de 1 ano e 11 meses. Defesa alega que ele tem distúrbios mentais.
A Justiça do Distrito Federal negou, nesta quinta-feira (5), o pedido de transferência do servidor público Paulo Roberto de Caldas Osório para a ala psiquiátrica do Complexo Penitenciário da Papuda. O homem está detido desde segunda (2), após confessar o assassinato do filho, Bernardo, de 1 ano e 11 meses.
O menino está desaparecido desde a última sexta-feira (29), quando o pai foi buscá-lo na creche. À polícia, Paulo disse que cometeu o crime “por conta de desavenças com a mãe da criança”. Ele já passou 10 anos internado na Papuda pela morte da própria mãe (entenda abaixo).
O funcionário do Metrô-DF está preso na Divisão de Controle e Custódia de Presos (DCCP), no Departamento de Polícia Especializada (DPE). A defesa dele alega que o homem sofre de distúrbios mentais e, por isso, deveria ser encaminhado à ala psiquiátrica.
No entanto, para a juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do DF, ele deve permanecer no DPE até que haja confirmação sobre a suposta insanidade mental. Segundo a magistrada, a medida pretende garantir a segurança dele e de outros detentos.
“Nesse contexto, não é aconselhável a manutenção de presos provisórios sem confirmação oficial de sua inimputabilidade ou semi-imputabilidade, sob pena de colocar em risco a sua própria integridade física e a dos pacientes que ali realmente precisam permanecer.”
A juíza determinou ainda que Paulo Osório fique, pelo menos até a próxima quinta-feira (12), separado dos outros presidiários.
O desaparecimento de Bernardo
Paulo Roberto de Caldas Osório foi preso em um hotel de Alagoinhas (BA). Aos policiais, ele disse que “usaria Bernardo para dar um susto na mãe e na avó materna do menino”.
No dia do desaparecimento da criança, o homem mandou mensagens de texto e de áudio para a mãe do menino, após buscá-lo na escola. As gravações revelam que o suspeito tinha desavenças com a ex e com a avó da criança.
De acordo com o delegado Leandro Ritt, que investiga o caso, “os áudios que ele manda para a mãe da criança revelam uma grande raiva”.
“Ele fala enfaticamente: vocês nunca mais vão ver o menino.”
Dopou o filho
Ao desembarcar em Brasília, o suspeito confessou que dopou o filho com medicamentos controlados, usados por ele. Em seguida, Paulo teria jogado o corpo da criança “em um mato na beira de uma estrada”.
Essa estrada seria a BR-020, na Bahia – a mais de 400 quilômetros de Brasília. Os policiais filmaram o depoimento.
Imagens obtidas pela Polícia Civil mostram que, antes de seguir em direção ao Nordeste, Paulo passou em casa, na Asa Sul.
Câmeras de segurança registraram o momento que o servidor público deixou a residência, de carro. A polícia acredita que Bernardo estava dentro do veículo.
Morte da mãe
De acordo com a Polícia Civil, Paulo já ficou internado na ala psiquiátrica da Penitenciária da Papuda, em Brasília, por 10 anos, por ter assassinado a própria mãe. O crime ocorreu quando ele tinha 18 anos, na mesma casa da 712 Sul onde o servidor público mora.
Na época do crime, ele foi considerado inimputável – sem condições de responder pelo assassinato, devido ao transtorno mental. Segundo os laudos, Paulo Roberto de Caldas Osório tem esquizofrenia.
Três anos depois de cumprir a pena, ele fez concurso para o metrô do Distrito Federal e foi aprovado, inclusive na avaliação psicológica.
Segundo o delegado Leandro Ritt, a mãe da criança, Tatiana da Silva, descobriu que o ex-companheiro tinha matado a mãe somente depois do desaparecimento de Bernardo. Os vizinhos da Asa Sul teriam falado sobre o passado de Osório.
Fonte: Afonso Ferreira e Gabriel Luiz, G1 DF e TV Globo