‘Era o que ele iria querer fazer’ afirma Joselina Tavares Siqueira. Sharley, de 14 anos, teria servido de ‘escudo humano’; estudante foi atingido sete vezes.
Por Brenda Ortiz, G1 DF
Sharley Ângelo Andrade Sirqueira, de 14 anos, foi morto a tiros no DF — Foto: Arquivo pessoal
Joselina Tavares Siqueira, mãe do estudante Sharley Ângelo, de 14 anos, morto após levar sete tiros no Sol Nascente, no Distrito Federal, doou as córneas do adolescente. “Era o que Sharley iria querer fazer”, afirmou ela ao G1 nesta terça-feira (3)
“Ele era um menino muito bom, tinha um bom coração e ia ficar feliz.”
De acordo com a Polícia Civil do DF, na última sexta-feira (29), Sharley estava sentado em uma calçada, conversando com um jovem de 21 anos, quando um homem chegou e atirou pelo menos 10 vezes contra os dois. Conforme o delegado-chefe da 19ª DP, Gustavo Araújo, o rapaz mais velho pode ter usado o estudante “como escudo”.
- Sharley levou dois tiros na cabeça, três tiros no tórax e dois tiros na coxa direita. O outro morador do Sol Nascente foi atingido por uma bala na perna esquerda e outra na perna direita.
O rapaz de 21 anos foi levado para o Hospital Regional de Ceilândia, passou por cirurgia e recebeu alta. Sharley morreu a caminho do Hospital de Base.
Fachada do Centro de Ensino Fundamental 19, de Ceilândia (DF) — Foto: Google/Reprodução
A doação de órgãos
Ao G1, a mãe de Sharley contou que o hospital de Base – onde o menino já chegou sem vida – ligou para ela e perguntou se a família gostaria de doar os órgãos do estudante. Joselina diz que, mesmo com toda dor que estava sentindo, não teve dúvidas.
“Eles falaram que uma pessoa precisava enxergar, e que precisava de uma córnea. Vieram aqui, eu assinei tudo e doei, pelo meu Sharley.”
‘Tranquilo e amável’
Após a morte do adolescente, professores do Centro de Ensino Fundamental 19 (CEF 19) se mobilizaram para arrecadar doações e custear o funeral. Sharley foi enterrado no domingo (1º), no cemitério de Taguatinga.
Familiares e amigos de Sharley Sirqueira participam de velório do menino — Foto: TV Globo/Reprodução
Ele cursava o 6º ano do colégio e era considerado pelos professores como um aluno “tranquilo e amável”. Segundo a professora Roberta Leite, “Sharley era dedicado aos estudos, esforçado, ainda que tivesse algumas dificuldades de prendizagem”.
“Sharley era um tesouro. Uma criança simples, inocente, sem maldade.”
Fonte: G1/DF