Polícia investiga se Marinésio Olinto teve participação na morte de jovem encontrada no Lago Paranoá

Vítima e suspeito eram vizinhos no Vale do Amanhecer. Corpo da estudante Caroline Macêdo Santos foi encontrado 3 dias após desaparecimento, no ano passado.

Por Marília Marques, Afonso Ferreira e Raphaella Sconetto, G1 DF e TV Globo

Caroline Macedo, de 15 anos, foi encontrada morta no Lago Paranoá em maio de 2018 — Foto: Arquivo pessoal

Caroline Macedo, de 15 anos, foi encontrada morta no Lago Paranoá em maio de 2018 — Foto: Arquivo pessoal

A Polícia Civil do Distrito Federal decidiu nesta quinta-feira (29) reabrir o inquérito sobre a morte da estudante Caroline Macêdo Santos, de 15 anos, por encontrar indícios suficientes de que Marinésio Olinto possa ser o responsável pelo desaparecimento e morte da jovem. A medida exige autorização judicial.

O suspeito é tratado como “maníaco em série” e, segundo a polícia, era vizinho da jovem. As duas famílias moravam a cerca de 800 metros, em uma rua do Vale do Amanhecer.

Caroline desapareceu em 14 de maio de 2018, e o corpo dela foi encontrado boiando no Lago Paranoá três dias depois, próximo à Ponte JK. Até então, o caso era tratado como suicídio (veja detalhes abaixo).

Já Marinésio foi preso na segunda-feira (26) pela morte da funcionária do Ministério da Educação (MEC) Letícia Sousa Curado Melo. Na delegacia, ele confessou o assassinato de uma segunda vítima – a empregada doméstica Genir Pereira de Souza.

Marinésio dos Santos Olinto, autor confesso de dois assassinatos — Foto: TV Globo/Reprodução

Marinésio dos Santos Olinto, autor confesso de dois assassinatos — Foto: TV Globo/Reprodução

Ao G1, o delegado Fabrício Paiva, da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), disse que novas diligências estão sendo feitas para apurar se, de fato, a morte de Caroline tem evidência da autoria.

Foi o pai da garota quem retornou à delegacia, nesta semana, após saber das notícias sobre a prisão do ex-vizinho. De acordo com parentes da estudante, Carolina era amiga da filha do cozinheiro, uma adolescente de 16 anos.

O delegado adjunto da 10ª DP (Lago Sul), Eder Charneski, que investigava o caso, contou à reportagem que, na época, não havia indícios da participação de Marinésio no caso.

“Marinésio estava acima de qualquer suspeita, até porque era conhecido da família.”

“Mas podem ter ocorrido situações que passaram desapercebidas. Agora, por exemplo, é possível tentar rastrear o veículo que ele utilizava na época a partir de câmeras de segurança. O mesmo [será feito] com o telefone.”

Caroline Macedo, de 15 anos, foi encontrada morta no Lago Paranoá em maio de 2018 — Foto: Arquivo pessoal

Caroline Macedo, de 15 anos, foi encontrada morta no Lago Paranoá em maio de 2018 — Foto: Arquivo pessoal

Vítimas potenciais

Até esta quarta-feira (28), ao todo, 10 casos estavam relacionados à atuação do suspeito no DF, com ao menos 11 vítimas envolvidas. A informação foi confirmada ao G1 pela Polícia Civil.

Boletins de ocorrência já foram registrado para os seguintes casos:

Além disso, a polícia passou a investigar uma possível relação entre o suspeito e crimes cometidos em 2014 e 2015, mas nunca solucionados.

Relembre o caso

Marinésio Olinto foi preso na segunda-feira (26), após o carro em que ele usava ser gravado por uma câmera de segurança em Planaltina.

Advogada Letícia Sousa Curado Melo está desaparecida desde sexta-feira — Foto: TV Globo/Reprodução

Advogada Letícia Sousa Curado Melo está desaparecida desde sexta-feira — Foto: TV Globo/Reprodução

Em depoimento, o suspeito disse que matou a vítima porque ela se recusou a manter relações sexuais. Marinésio, que levou os policiais até o local onde estava o corpo, contou que enforcou Letícia. O corpo dela foi enterrado nesta terça (27).

Já a empregada doméstica Genir Pereira de Sousa desapareceu em 2 de junho e o corpo dela foi encontrado 10 dias depois.

Corpo de Genir Pereira de Sousa, de 47 anos foi encontrado entre Planaltina e Paranoá  — Foto: Arquivo pessoal

Corpo de Genir Pereira de Sousa, de 47 anos foi encontrado entre Planaltina e Paranoá — Foto: Arquivo pessoal

Assim como Letícia, Genir foi vista pela última vez enquanto caminhava até uma parada de ônibus. Câmeras de segurança flagraram o momento em que a empregada doméstica deixava a casa da patroa, no Paranoá. A autoria do crime também foi confessada por Marinésio.

Fonte: G1/DF

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