Após denúncias, GDF abre sindicância para apurar negligência em hospital público do DF

Diário Oficial traz portaria que autoriza investigação.

Por Afonso Ferreira e Pedro Alves, G1 DF

Fachada do Hospital Regional de Samambaia — Foto: Google/Reprodução

Fachada do Hospital Regional de Samambaia — Foto: Google/Reprodução

Quatro dias após oG1 revelar denúncias de negligência médica e violência obstétrica no Hospital Regional de Samambaia (HRSam), no Distrito Federal, a Secretaria de Saúde instaurou uma comissão de sindicância para apurar pelo menos 15 episódios denunciados por pacientes.

A portaria foi publicada nesta sexta-feira (19), no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). O texto indica três servidores para comandaram as investigações. Segundo a portaria, os integrantes da comissão têm 30 dias, prorrogáveis por mais 30, para finalizar os trabalhos.

Os casos foram revelados na última segunda-feira (15). A Polícia Civil do DF abriu inquérito para investigar as acusações contra médicos do HRSam.

De acordo com os investigadores, os registros abrangem vários tipos de conduta inadequada, desde gazes esquecidas dentro de pacientes até curetagens mal feitas.

Foto do Raio-x do recém-nascido que teve a clavícula quebrada no DF — Foto: Arquivo pessoal

Foto do Raio-x do recém-nascido que teve a clavícula quebrada no DF — Foto: Arquivo pessoal

Além da polícia, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e o Conselho Regional de Medicina do DF informaram que também investigam as denúncias.

Acusações

Em um dos casos, uma paciente contou a reportagem que um médico quebrou a clavícula de um recém-nascido durante o parto. Apesar do ferimento, a criança sobreviveu. Uma imagem de raio-x, à qual o G1 teve acesso, mostra o osso da criança fraturado (veja acima).

A manicure Bruna Lima Santos, de 22 anos, também contou à reportagem que o médico responsável pelo procedimento foi “bruto” desde o momento da internação.

“Se eu fizesse qualquer barulho, ele mandava eu calar a boca. Dizia que na hora de fazer era bom, então agora eu tinha que aguentar”, conta a jovem.

Em outro caso, um casal denunciou que uma médica tocou na barriga de uma jovem e disse que o filho estava morto, mas diferente do que a médica tinha dito, o filho nasceu vivo.

Pelos menos oito médicos estão sendo investigados pela polícia, sendo que quatro deles foram citados em mais de uma ocorrência por suspeita de negligência médica e violência obstétrica. As vítimas foram identificadas e ouvidas pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia).

Fonte: G1

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