Em protesto, ambulantes pintam com giz faixa de pedestres apagada em Brasília

Foto: Aline Ramos/G1

Pista, na Asa Sul, fica perto de hospital de reabilitação. Sem sinalização, pedestres e cadeirantes têm dificuldade para atravessar rua.

Vendedor ambulante refez, com giz, sinalização de faixa de pedestre apagada em via da Asa Sul, no DF — Foto: Aline Ramos/G1
Vendedor ambulante refez, com giz, sinalização de faixa de pedestre apagada em via da Asa Sul, no DF — Foto: Aline Ramos/G1

Ambulantes da quadra 501, na Asa Sul, em Brasília, tomaram a iniciativa de redesenhar a sinalização de uma faixa de pedestre que está apagada. O local é próximo a um hospital da Rede Sarah de Reabilitação, onde circulam pacientes com dificuldade de locomoção e cadeirantes.

Nesta quinta-feira (26), o G1 identificou três rampas de acessibilidade para os pacientes. Próximo a essas rampas, segundo os ambulantes, existia uma faixa de pedestres. Eles afirmam, no entanto, que ela está apagada há cerca de quatro meses.

Sem sinalização, muitos motoristas param junto das rampas, impedindo a mobilidade de quem atravessa a rua em cadeira de rodas.

Acionado pela reportagem, o Departamento de Trânsito do DF informou que “o projeto de sinalização proposto, desde 2004, para a área não prevê a instalação de faixa de pedestre naquele local, mas sim, uma faixa de retenção na altura do semáforo” (veja íntegra abaixo).

Protesto

Ambulante escreve com giz "Pare por favor" em pista com faixa de pedestre apagada, na Asa Sul.  — Foto: Aline Ramos/G1
Ambulante escreve com giz “Pare por favor” em pista com faixa de pedestre apagada, na Asa Sul. — Foto: Aline Ramos/G1

Os ambulantes relatam que percebem diariamente o risco e a dificuldade enfrentada por quem precisa atravessar a rua, que é movimentada. Como a faixa está apagada, eles dizem que os motoristas não param no cruzamento.

“Quem não depende de cadeira como nós, pode sair correndo, o que também é um risco. Mas quem está na cadeira de rodas precisa de tempo e espaço para atravessar a pista”, relata um vendedor .

Em protesto, ambulantes usam giz para pintar faixa de pedestres apagada
Em protesto, ambulantes usam giz para pintar faixa de pedestres apagada

Os ambulantes dizem que usaram giz e redesenharam a faixa como forma de protesto. Em deles escreveu as frases “Pedestre, cadeirante, alguém me vê? Pare, por favor.”

O autor não quis se identificar, mas disse ao G1 que observou por dias a dificuldade das pessoas atravessarem a rua. Segundo ele, muitos esperavam o sinal fechar de três a quatro vezes para só então conseguirem cruzar a pista.

“Observei que os cadeirantes esperam o sinal fechar várias vezes para conseguirem atravessar. Os motoristas não respeitam, aqui é uma rampa e eles impedem as pessoas de passarem.”

O que diz o Detran

Sobre a manifestação dos moradores, o Detran afirmou que “como não se trata de pintura e não houve dano ao patrimônio público, entendemos ser apenas uma manifestação livre dos moradores”.

O órgão alega ainda que “a Diretoria de Engenharia solicitou um estudo completo sobre as travessias de pedestres em toda a área”.

Fonte: Aline Ramos, sob a supervisão de Maria Helena Martinho, G1 DF

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