Votação é nesta terça (1º), das 20h30 às 23h. De 11 escolas de Brasília que já puderam escolher sobre aderir à militarização, duas foram contrárias.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal realiza, nesta terça-feira (1º), uma votação sobre o modelo de gestão compartilhada com a Polícia Militar no Centro Educacional (CED) 416, de Santa Maria. A votação ocorre das 20h30 às 23h.
Pais, professores e alunos poderão dizer, por meio do voto, se são favoráveis ou contrários ao modelo. A escola é a 12ª do DF a escolher se adere à militarização.
Caso a proposta seja acolhida, o CED 416 será a 10ª escola a adotar a gestão compartilhada com a PM (veja mais abaixo). Segundo a Secretaria de Educação, a votação “tem caráter apenas consultivo”.
Também nesta terça, o Ministério da Educação anunciou que 15 estados e o Distrito Federal aderiram ao modelo de criação de escolas cívico-militar proposto pelo governo federal. Segundo o MEC, a partir de sexta-feira (4), será aberto um um novo prazo para adesões voltado para os municípios brasileiros.
No DF, duas escolas votaram contra projeto
Desde o começo do ano, apenas duas escolas votaram contra a militarização em Brasília. O Gisno, da Asa Norte e o CEF 407 de Samambaia disseram não à proposta.
À época, a negativa fez com que o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmasse ao G1 que iria implementar o modelo “de qualquer jeito”
O chefe do Palácio do Buriti chegou a argumentar que o processo de votação se tratava de uma “consulta pública e não de uma eleição”. O argumento gerou uma crise com o então Secretário de Educação, Rafael Parente.
Parente disse que Ibaneis “atropelou a gestão democrática” e acabou exonerado do cargo. Ao G1, o ex-secretário criticou a “falta de entrosamento” dentro do próprio governo e lamentou as decisões tomadas na educação.
Programa começou em fevereiro
A proposta de gestão compartilhada faz parte do programa de governo de Ibaneis Rocha. Em janeiro, logo após a posse, o governador anunciou que estudava lançar convênio com a Polícia Militar para participar da gestão em quatro escolas públicas do DF.
No início do ano letivo de 2019 quatro escolas localizadas na Estrutural, em Ceilândia, no Recanto das Emas e em Sobradinho serviram de “projeto piloto”.
Segundo o GDF, as regiões foram escolhidas porque apresentam “alto índice de criminalidade” e têm estudantes com “baixo desempenho” escolar.
Na época, o GDF informou que, se o projeto piloto apresentasse bons resultados, a ideia seria incorporada em outras 36 escolas públicas. O custo para aplicação da proposta em cada escola foi orçado em R$ 200 mil por ano, custeados pela Secretaria de Segurança Pública.
Como está a adesão à gestão militarizada no DF
Até a tarde desta terça-feira, nove escolas públicas do Distrito Federal haviam aderido ao projeto:
- Centro Educacional 3 de Sobradinho
- Centro Educacional 308 do Recanto das Emas
- Centro Educacional 1 da Estrutural
- Centro Educacional 7 de Ceilândia
- Centro Educacional Condomínio Estância III de Planaltina
- Centro Educacional 1 do Itapoã
- Centro de Ensino Fundamental 19 de Taguatinga
- Centro de Ensino Fundamental 1 do Núcleo Bandeirante
- Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia
Em Samambaia, apesar de a comunidade escolar ter votado contra a implantação do projeto, a unidade voltou atrás e solicitou a gestão compartilhada. O Corpo de Bombeiros está atuando na escola, juntamente com a direção pedagógica.
Segundo o GDF, no Gisno “a comunidade escolar decidiu pela não implementação e, como não houve outras manifestações em favor da gestão compartilhada, a Secretaria de Educação decidiu pela não implantação do projeto na escola”.
Fonte: G1 DF