Lideranças se reúnem em Brasília para 1ª Marcha das Mulheres Indígenas

1ª Marcha das Mulheres Indígenas — Foto: Douglas Freitas/Mídia Índia

Evento ocorre até quarta-feira (14). Objetivo é debater papel da mulher nas aldeias.

Por Pedro Alves, G1 DF

Índias de povos do Amazonas fazem apresentação durante marcha — Foto: Douglas Freitas/Mídia Índia

Índias de povos do Amazonas fazem apresentação durante marcha — Foto: Douglas Freitas/Mídia Índia

Lideranças indígenas de todo o país se reúnem em Brasília nesta semana para a primeira edição da Marcha das Mulheres Indígenas. Neste domingo (11), participantes de diferentes tribos chegaram ao acampamento do evento, montado no gramado da Funarte.

A marcha, organizada pela Articulação Brasileira dos Povos Indígenas (Apib), tem o objetivo de discutir o que é ser mulher nas comunidades indígenas.

A programação prevê debates sobre temas como violação de direitos e empoderamento político, além de shows e caminhadas pelas ruas da capital.

Apresentação de mulheres dos povos Pataxó e Pataxó Hã-Hã-hã-hãe — Foto: Douglas Freitas/Mídia Índia

Apresentação de mulheres dos povos Pataxó e Pataxó Hã-Hã-hã-hãe — Foto: Douglas Freitas/Mídia Índia

O tema do evento é “Território: nosso corpo, nosso espírito” e a organização espera a participação de 2 mil pessoas. A abertura oficial ocorreu na sexta-feira (9), quando as participantes deixaram suas aldeias e vieram em direção à capital.

As atividades continuam até quarta-feira (14). Nesta segunda (12), as participantes se encontram com as ministras do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber e Cármen Lúcia.Mulheres Guajajara Arariboia se apresentam durante Marcha das Mulheres IndígenasG1 DF–:–/–:–

Mulheres Guajajara Arariboia se apresentam durante Marcha das Mulheres Indígenas

Mulheres Guajajara Arariboia se apresentam durante Marcha das Mulheres Indígenas

Desafios

Cristiane Julião, da tribo Pankararu, veio da cidade de Tacaratu, em Pernambuco, a cerca de 1,8 mil quilômetros de Brasília. De acordo com a líder indígena, a marcha ajuda a descontruir estereótipos sobre o papel da mulher nessas comunidades.

Cristiane Julião (à esquerda na foto) veio de Pernambuco para o evento — Foto: Divulgação/Apib

Cristiane Julião (à esquerda na foto) veio de Pernambuco para o evento — Foto: Divulgação/Apib

“Estamos aqui para construir e plantar a perspectiva de que somos capazes e podemos ir além. Agora é a nossa vez.”

Segundo Cristiane, os papéis de liderança nas comunidades indígenas são majoritariamente ocupados por homens e as mulheres ainda enfrentam descrédito e violência.

“Não considerar a participação da mulher já é uma violência. A partir daí, é muito mais fácil partir para outras agressões”, explica.

1ª Marcha das Mulheres Indígenas — Foto: Douglas Freitas/Mídia Índia

1ª Marcha das Mulheres Indígenas — Foto: Douglas Freitas/Mídia Índia

No entanto, ela afirma que o debate tem crescido. “As mulheres estão se empoderando e se percebendo como autônomas nessa discussão. E os homens estão começando a perceber, ou pelo menos a aceitar, nossa presença nesses locais.”

FONTE: G1

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