‘Paciente sai satisfeito’, diz Saúde do DF em balanço de seis meses de gestão

Fachada do Hospital de Base do Distrito Federal — Foto: Pedro Ventura/GDF/Divulgação

Para o GDF, ‘há garantia de que o atendimento melhorou’ em UPAs e hospitais. Em meio à explosão de casos de dengue, pasta diz que prevenção era responsabilidade de gestão anterior.

Por Marília Marques, G1 DF

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal divulgou, nesta sexta-feira (12), o balanço dos primeiros seis meses da atual gestão. Em meio à explosão de casos de dengue no Distrito Federal e aos problemas que persistem em leitos e portarias de hospitais, o Executivo faz avaliação positiva.

Para o presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), Francisco Araújo, que administra os hospitais de Base e o de Santa Maria, além de seis Unidades de Pronto Atendimento (UPA), “a população tem reclamado menos [dos serviços]”.

“Não é possível que em um hospital como esse [Base], o atendimento não melhorou. O paciente quando sai de uma unidade nossa, sai satisfeito”, disse durante coletiva de imprensa.

Com base na afirmação do governo, o G1 também questionou se a percepção do governo não seria diferente do paciente atendido nessas unidades. Em resposta, Araújo afirmou “não ter dúvida nenhuma” de que a percepção da população sobre a saúde está melhor. “Garanto que melhorou”.

Dengue

Após 180 dias do governo de Ibaneis Rocha (MDB), o GDF atribuiu à “falta de prevenção” o aumento nos casos de contaminação pelo Aedes aegypti na capital.

Segundo o último boletim epidemiológico da dengue, divulgado em 8 de julho, foram registrados 34 mil casos prováveis da doença na capital, até 29 de junho. Já o número de óbitos chegou a 33.

O total representa crescimento de 9% em uma semana. O levantamento anterior, com dados até o dia 22 de junho, apontava 31,1 mil casos prováveis de dengue no DF.

“Sofremos com o surto de dengue em decorrência do trabalho que deveria ser executado no ano anterior. Se não se faz o trabalho quando param as chuvas, têm-se uma quantidade maior de mosquitos adultos no ano seguinte”, afirmou o secretário de Saúde, Osnei Okumoto.

Apesar dos números alarmantes da doença, o governo afirma ainda que o atendimento de pacientes, melhorou nas unidades de saúde em geral.

Secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, e outros representantes da pasta fazem balanço de seis meses de governo — Foto: TV Globo/Reprodução

Secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, e outros representantes da pasta fazem balanço de seis meses de governo — Foto: TV Globo/Reprodução

Cirurgias

Em relação a cirurgias, 13 hospitais públicos do DF realizaram 31,1 mil procedimentos entre janeiro e junho. Do total de intervenções, 13,5 mil foram eletivas e 16,8 mil de urgência e emergência.

Entre os procedimentos, se destaca a cirurgia de separação das gêmeas siamesas Lis e Mel. As irmãs nasceram unidas pela cabeça e foram separadas aos 10 meses. A operação durou cerca de 20 horas e foi feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital da Criança.

Pacientes aguardam atendimento no Hospital de Brazlândia, no Distrito Federal — Foto: TV Globo/Reprodução

Pacientes aguardam atendimento no Hospital de Brazlândia, no Distrito Federal — Foto: TV Globo/Reprodução

Leitos e UTIs

Segundo o GDF, foram reabertos 26 leitos no Hospital de Base com a reativação do 7º andar. Esses novos espaços beneficiaram principalmente pacientes em tratamento contra o câncer.

No entanto, um levantamento feito pelo G1 e pela TV Globo, nesta sexta (12), mostra que 117 pessoas ainda aguardam por leitos em hospitais do DF.

Desse total são 65 adultos, 12 crianças e sete na UTI neonatal. Um dos casos é de paciente com caso de trauma na cabeça, 19 por problemas cardíacos e 13 não foram informados.

Falta remédios

Já nas farmácias de alto custo, a reportagem constatou que 22 remédios estavam sem estoque na unidade da Asa Sul e nove estavam com estoque baixo na quinta-feira (11).

Em Ceilândia, a situação era ainda mais grave. Na quarta (10), 27 remédios estavam em falta, e no Gama eram 21.

Equipamentos

 Robô cirúrgico está lacrado há 6 anos no HRG — Foto: Arquivo pessoal

Robô cirúrgico está lacrado há 6 anos no HRG — Foto: Arquivo pessoal

Em junho, o G1 mostrou que cinco equipamentos de última geração – que custaram mais de R$ 2,8 milhões aos cofres públicos – estavam encaixotados em cinco hospitais público do Distrito Federal.

A informação foi confirmada, na época, pela Secretaria de Saúde. De acordo com a pasta, são quatro robôs cirúrgicos e um robô para procedimentos invasivos.

Nesta sexta-feira (12), durante o balanço, o GDF anunciou a aquisição de outros equipamentos de última geração: 5 mamógrafos digitais, 3 tomógrafos e 8 torres de endoscopia.

Sobre outros maquinários em uso na rede pública, a pasta disse aguardar a assinatura do contrato de manutenção para mais de 90 equipamentos, “aumentando a demanda de atendimento à população”, disse o secretário.

O governo informou que esses equipamentos estavam sem manutenção há mais de quatro anos e, agora, a licitação está em fase final. “Será feita a manutenção em mais de 460 equipamentos que estão sem reparos há mais de quatro anos, dentre eles aqueles localizados nas UTIs e Samu”.

Atenção Básica

Entre janeiro e junho, foram inauguradas três novas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no DF. Os postos estão localizados em Planaltina, Santa Maria e na Estrutural. Outras três estão em construção. Veja endereços:

  • UBS do Recanto das Emas
  • Samambaia
  • Riacho Fundo II

A previsão de entrega, segundo o governo, é para dezembro deste ano. O custo total é de R$ 10 milhões.

Fonte: G1

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