A mídia informa a liberação da quadra 500 do Setor Noroeste. O Setor Noroeste, quando anunciada a sua autorização de construção, foi apresentado como quadras com grandes avanços tecnológicos e soluções ambientais, com o objetivo de tornar o local o primeiro setor com recolhimento de lixo através de dutos dentre outros equipamentos, tornando as quadras autossustentáveis nos conceitos mais avançados da modernidade.
As construções, de alto nível e preços, vêm sendo ocupadas lentamente. Apesar dos investimentos vultosos realizados pela iniciativa privada, o setor sofre com a falta de complementação dos serviços públicos essenciais.
Esses problemas acentuam a insegurança tanto da iniciativa privada como dos eventuais compradores. Agora, com a expansão do setor, significa que há interesse em continuar investindo na construção civil, um dos setores que mais geram empregos.
A mudança do Setor de Industrias Gráficas para uso misto sinaliza que o Governo do Distrito Federal pretende destravar alguns obstáculos na área tombada com ocupação de espaços disponíveis para melhor atender à população.
Resta, porém, voltar o olhar para a quadra 207 norte, pertencente à Universidade de Brasília e que, desde a inauguração de Brasília, permanece sem utilização.
A UNB está sempre em situação de penúria, apesar de possuir o imóvel que tem custo de manutenção; não seria o caso de ser negociado com as construtoras em troca de prédios prontos que, alugados, gerariam renda à universidade?
Com medidas como estas, não só teríamos o Plano Piloto completo em sua concepção original, como diminuiriam as pressões para abrir novas frentes de áreas.
A preservação do Plano Piloto como Patrimônio da Humanidade passa, também, por soluções práticas que, afinal, atenderiam aos interesses públicos e privados.
Por: Paulo Castelo Branco