Protesto contra a violência fecha avenida em Águas Claras, no DF

Manifestantes pararam a Avenida Araucárias. PM diz que manifestação foi organizada por parentes e amigos de jovem morto em tentativa de evitar roubo a farmácia.

Por G1 DF e TV Globo

Protesto interrompe trânsito em Águas Claras e provoca engarrafamento

Manifestantes interromperam o trânsito na Avenida Araucárias, em Águas Claras, no Distrito Federal, por volta das 18h deste sábado (26). O protesto provocou engarrafamento desde o Shopping Águas Claras e foi registrado por quem estava no local (veja vídeo acima).

Segundo a PM, o protesto foi organizado por parentes e amigos do jovem de 25 anos que morreu no dia 17 de outubro ao tentar impedir o roubo a uma farmácia na região. Rodrigo Souza Borges foi esfaqueado na avenida Boulevard Norte e socorrido pelos bombeiros, mas morreu no Hospital Base

Protesto na Avenida Araucárias, em Águas Claras, provoca trânsito — Foto: Arquivo pessoal

A extensão do congestionamento não foi calculada pela Polícia Militar, que negociou o deslocamento dos manifestantes da via. Por volta das 19h, o trânsito havia sido restabelecido.

Morto enquanto tentava deter assaltante

Rodrigo Souza Borges perdeu a vida por volta das 23h do dia 17 de outubro. Ele perseguia um assaltante que roubou R$ 140 de uma farmácia na avenida Boulevard Norte, próximo a um shopping, em Águas Claras.

O rapaz, que iria se formar em educação física e tinha uma filha de 2 anos, trabalhava como entregador de aplicativo. A mãe dele, Vaneide Maria de Souza, contou ao G1 que sentiu “um aperto no peito durante toda a quinta-feira”.

“Ele era jovem e muito feliz, muito animado.”

Rodrigo Souza Borges foi morto a facadas enquanto tentava deter um assaltante — Foto: Arquivo Pessoal

Rodrigo morava com a avó, Maria Vanda, em Águas Claras. A avó disse à reportagem que Rodrigo era “alegre e cheio de amigos”. Ela contou que o neto “nunca deu trabalho, amava jogar bola e participava de tudo quanto é jogo”.

O jovem havia completado 25 anos uma semana antes do assassinato e, segundo a família, “ganhou uma festa surpresa dos amigos”. Maria Vanda contou ainda que Rodrigo trabalhava como entregador de aplicativo “escondido dela” para ter um rendimento extra.

“Todo mês ele chegava em casa com o salário e deixava metade comigo, pra comprar o que precisasse”, afirmou a avó.

Homicídios em alta

Em setembro deste ano, o Distrito Federal registrou alta no número de homicídios – foram 31 ocorrências no mês contra 26 no mesmo período do ano passado. O total de latrocínios, segundo a Secretaria de Segurança, permaneceu o mesmo: 2 casos.

O número de tentativas de homicídios também cresceu. Foram 83 ocorrências em setembro deste ano e 72 no mesmo período do ano anterior.