Por Getúlio Romão Campos, especial
Hoje, resolvi protestar a favor da Educação.
Sabe o que eu fiz?
Levantei cedo e, antes das 8h da manhã, estava em sala de aula *lecionando.*
Era aula no curso de Economia da PUC/SP, e tinha apenas metade da turma na sala.
A outra metade? Provavelmente, dormia até mais tarde… Pois, afinal, o protesto não começava às 7h30.
Minha disciplina, neste curso, é Contabilidade e Análise de Balanço, portanto, nada mais adequado para protestar a favor da educação do que analisar, com os alunos presentes, o Balanço do Brasil.
Juntos, também, analisamos o orçamento aprovado da união para 2019.
Foram 2h30 de análises, com alunos interessados e cheios de verdades, antes de olharem e conhecerem os verdadeiros números *que eles mesmos trouxeram.*
Muitos mitos foram desfeitos.
Alguns alunos repetiam, no começo da aula, discursos prontos e manchetes de jornais tendenciosos.
Aos poucos, foram compreendendo, que nem tudo que leem e escutam são verdades e, muito menos, relevantes.
A análise começou, entendendo, primeiramente, a grandeza dos números.
E o que evidenciamos logo de cara?
*O BRASIL ESTÁ TECNICAMENTE QUEBRADO!!!!*
Tem mais Passivos do que Ativos.
Ou seja, o país *DEVE* R$ 7.683 Trilhões e só *TEM* R$ 5.268 Trilhões.
Logo, o patrimônio liquido do Brasil é negativo em R$ 2.415 Trilhões.
Isso só acontece, porque governos anteriores gastaram mais dinheiro do que podiam.
A gestão do BRASIL foi mal feita, e por que não dizer, irresponsável.
E, agora, para sair deste buraco em que nos meteram, temos que ter mais consciência dos gastos públicos.
*NÃO PODEMOS GASTAR MAIS DINHEIRO DO QUE ARRECADAMOS.*
Este é o principio básico de economia.
QUAL É A DÚVIDA?
Quando se olha o orçamento da União, percebemos uma verba de receita estimada para 2019 de R$ 3.262 Trilhões. Porém, não há certeza de que o dinheiro vai entrar. É só um orçamento.
Logo, passados quase 5 meses do ano de 2019 (Jan a Maio), o governo percebeu que irá faltar dinheiro.
A lógica, então, em qualquer casa com juízo é: “vamos gastar menos!”
Aí, este governo, *de forma consciente,* determinou que se contingenciem os gastos e segure um pouco a verba.
E o que acontece?
A população se revolta!
Os estudantes, os professores, as classes que deveriam ser os mais esclarecidos…
COMO ASSIM?
Parece PIADA.
O que querem?
MAIS DÍVIDAS?
Qual a lógica?
Que raciocínio é este?
Não dá para entender!
Hoje, vi pela TV, no Jornal Nacional, muitas pessoas na rua, protestando por todo o país. Um “discurso pronto”, raso, sem análises adequadas, sem um entendimento da situação completa e sem o discernimento que o país necessita para sair do buraco.
Repetiam o “absurdo mentiroso”, em cartazes e gritos de ordem, sobre o “corte de 30%” da verba da Educação.
Mas isto não é verdade!
O orçamento do Ministério da Educação é de R$ 123 bilhões, e o governo, apenas, pediu para contingenciar R$ 1,7 bilhões. *Que conta é essa que chega em 30%?*
Isso só dá 1,38% (1,7 de 123 bilhões)….. *Cadê os 30%?*
E o contingenciamento não é exclusivo da Educação.
O governo já iniciou o ano, sabendo que a conta iria estourar em mais de R$ 100 bilhões.
Temos, então, que gastar menos. *É só isso que ele está tentando fazer.*
Temos que economizar *em todos os poderes,* no mínimo, 3% do orçamento.
Então, começar por onde?
Por onde é mais relevante, conforme as verbas que demonstro abaixo.
• R$ 506 bilhões – Ministério do Desenvolvimento Social (Reforma da Previdência)
• R$ 132 bilhões – Ministério da Saúde
• R$ 123 bilhões – Ministério da Educação
• R$ 107 bilhões – Ministério da Defesa
• R$ 89 bilhões – Ministério do Trabalho
Estes são os maiores orçamentos. Demais orçamentos, compartilho, aqui, nas telas usadas em sala de aula.
A questão aqui é: *a máquina pública tem que ser mais eficiente.*
Cortar, por exemplo, 3% de gasto “de qualquer coisa”, *não significa que teremos piora nos serviços.* Temos que compensar isso com o ganho de eficiência.
Para se ter ideia da relevância de outros números, coloco, aqui, outros gastos que geram polêmica.
• R$ 7,1 bilhões – Presidência da Republica
• R$ 6,3 bilhões – Câmara dos Deputados
• R$ 4,5 bilhões – Senado Federal
• R$ 0,7 bilhões – Supremo Tribunal Federal
Ou seja, não é, simplesmente, cortando o jantar dos Ministros do Supremo, com lagostas e bons vinhos, que vamos resolver os problemas do país. *Pois isto é irrelevante perto do tamanho do problema.*
Mas, também, tem que ser cortado.
O que temos que entender é que a mídia explora eventos como este, tumultua o cenário e, no final, isso não agrega em nada…
Não é isso que vai resolver o problema.
Só de juros da dívida pública pagamos R$ 55 bilhões – valor maior que a maioria dos outros Ministérios.
E para diminuir o gasto com juros, temos que pagar a dívida. E não, fazer mais.
Peço, então, a todos que, antes de sair protestando, *informem-se melhor.*
Estudem os números do BRASIL.
*Aprendam a fazer conta.*
Gestão se faz com números.
E esse Ministro que temos, *sabe muito bem o que tem que ser feito.*
Então, antes de sair criticando, estude, entenda o Balanço do país, entenda a relevância dos números e dos problemas, analise o orçamento total, cobre eficiência dos serviços, *e entenda a estratégia que esse governo está usando para melhorar o Brasil.*
E, se tiver uma solução melhor, relevante, poste aqui.
*Vamos debater ideias!*
Mas, um discurso colaborativo e racional.
Não venha com ideias vazias.
Não deixe ser manipulado.
Não seja a tal “massa de manobra.”
Porque, com números, não dá para discutir.
Agora, se não tiver melhores ideias para solucionar o problema, fique quieto e não atrapalhe, por favor!
Prof. Me. Giovanni Botelho Colacicco
Getúlio Romão Campos é fotografo colunista do SOS BRASILIA