Suspeitos de hackear autoridades ficarão isolados em presídios do DF

Três dos quatro presos pela Operação Spoofing foram transferidos nesta sexta (2). Prisão é por tempo indeterminado.

Por Afonso Ferreira, Letícia Carvalho e Pedro Alves, G1 DF

4 foram presos suspeitos de violar privacidade de autoridadades — Foto: Reprodução/TV Globo

4 foram presos suspeitos de violar privacidade de autoridadades — Foto: Reprodução/TV Globo

Após serem transferidos para presídios do Distrito Federal, três acusados de invadir celulares de autoridades vão ficar em celas isoladas. Detidos desde o dia 23 de julho, quando foi deflagrada a Operação Spoofing, os suspeitos permanecerão presos por tempo indeterminado.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, por medida de segurança, eles “ficarão separados da massa carcerária, em celas separadas e sem contato entre eles”.

Os quatro envolvidos estavam na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Na manhã desta sexta-feira (2), Gustavo Souza e Danilo Marques foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP), no Complexo da Papuda.

Já Suelen Priscilla de Oliveira foi transferida para a Penitenciária Feminina do DF, conhecida como Colmeia. O quarto alvo da operação, Walter Delgatti Neto, continua detido na Superintendência da PF.

O grupo é suspeito de hackear celulares e acessar dados de autoridades, inclusive do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Prisão preventiva

A transferência ocorreu um dia depois que o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, converteu em preventivas as prisões dos suspeitos. Com isso, eles devem ficar detidos por tempo indeterminado (veja mais abaixo sore as suspeitas contra os investigados).Quatro suspeitos de invadirem celulares de autoridades são transferidos nesta sexta (02)

Quatro suspeitos de invadirem celulares de autoridades são transferidos nesta sexta (02)

Quatro suspeitos de invadirem celulares de autoridades são transferidos nesta sexta (02)

Ao justificar a medida, o magistrado afirmou que, se o grupo ficasse em liberdade, seria impossível fazer um monitoramento real das atividades deles. Os presos faziam transações em moedas virtuais, o que dificulta o rastreamento dos valores movimentados.

Inquérito

O inquérito para investigar o caso foi aberto após a divulgação de conversas atribuídas ao ministro Moro e a procuradores da Lava Jato no período em que Moro era juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Segundo o site The Intercept, as conversas mostram que Moro orientou a atuação dos procuradores. O ministro e a força-tarefa da Lava Jato negam.

Em depoimento prestado à PF na semana passada, Delgatti disse que chegou a arquivos do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, e os repassou ao jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept.

Neto disse também que não recebeu dinheiro pelo material nem editou o conteúdo das mensagens. Ainda segundo as investigações, os outros três suspeitos teriam ajudado Delgatti a cometer fraudes pela internet.

Fonte: G1/DF

COMPARTILHE AGORA:

Leia também