Casa do Grêmio vira “Arena de gladiadores” e Gre-Nal das Américas termina em “futebol”

Por: Lino Tavares

Por Lino Tavares 

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Tricolores e Colorados não saem do 0 a 0 e trocam a disputa de campo por uma luta campal

Falei no comentário preliminar ao primeiro Gre-Nal pela Copa Libertadores que um eventual empate seria um bom resultado para ambos os contendores, considerando que eles têm mais time do que os outros adversários do Grupo E, podendo com isso ficarem  com as duas vagas que dão acesso às oitavas de final do torneio.  O empate se confirmou, mas da forma como aconteceu, descambando para  uma pancadaria que resultou em quatro expulsões para cada lado, fica evidente que essa igualdade no placar não foi tão vantajosa assim, uma vez que os desfalques decorrentes dos jogadores expulsosdeverão refletir de forma negativa nos próximos jogos de Grêmio e Inter, favorecendo via de consequência aos seus concorrentes do Grupo E. Vale observar que, enquanto os dois time estavam completos em campo, o Internacional revelou mais apetite de jogo. construindo lances ofensivos que assustaram a torcida gremista que compareceu em massa, lotando a Arena,  para testemunhar in loco esse clássico singular. Nos primeiros minutos de jogo, o tricolor apresentou um rendimento soberbo, dando a impressão de que iria fazer valer a vantagem do fator local, impondo ao adversário um ritmo de jogo avassalador.  Mas era fogo de palha, pois após o chute de Geromel, a 4 minutos, que obrigou Marcelo Lomba a praticar um grande defesa, o time de Renato começou a ceder terreno ao rival visitante, escapando por pouco de levar gols que só não aconteceram pela falta de precisão, nos arremates, como aquele do Boschilia que, cara a cara com o goleiro Vanderlei, chutou pela linha de fundo.  Mesmo com um meio de campo pouco criativoque não conseguia articular como convinha com os homens de ataque, o time de Renato desfrutou também de boas oportunidades de gol, algumas das quais foram conseguidas em cima de erros dos adversários, diferente das chances colorados que resultaram de jogadas bem construídos que só perderam a eficácia nos momentos de arremate a gol.  Denotando falta de preparo físico, o esquadrão gremista se deixou envolver, de certa forma. pela equipe orientada por Eduardo Coudet, deixando sua torcida apreensiva com a possibilidade de sofrer um gol a qualquer momento e perder o jogo. O que ninguém imaginava era que esse clássico estava predestinado a fazer história não apenas como o primeiro Gre-Nal das Américas, mas também como o primeiro confronto de “futebol 7” disputado entre dois gigantes do futebol do Pampa.  Aquilo que até parte da segunda metade da etapa complementar era jogo de futebol, virou um “salve-se quem puder” nos minutos finais, a partir de uma discussão boba por causa de uma cobrança de lateral, entre os jogadores Pepê e Moisés.  A partir desse “palito de fósforo riscado”, o campo de jogo “pegou fogo” e tudo que se tinha para assistir dentro das quatro linhas do gramado era uma luta campal, que transformou a Arena do Grêmio numa arena de gladiadores, com pontapés e empurrões paras todos os lados.  Atônito com o quadro de total indisciplina que tinha diante dos olhos , o árbitro da partida viu-se obrigado a usar o cartão vermelho de maneira recorde em sua carreira, tendo que apresentá-lo a nada menos do que oito jogadores. A pergunta que fica é qual dos protagonistas do deprimente espetáculo resultou mais prejudicado em razão desse destempero que maculou de forma irreversível o tradicional clássico do futebol gaúcho.    Sem sobra de dúvida foi o Internacional, que perdeu para o seu próximo compromisso pela Libertadores, com as expulsões, dois de seus titulares absolutos, os melhores jogadores do time  em suas respectivas posições.  Refiro-me a Victor Cuesta e Edenílson, dois craques a nível de seleção, embora Praxedes e Moisés, os outros dois colorado expulsos, também estejam nos planos de Eduardo Coudet para montar a equipe ideal.  O Grêmio, por seu turno, até lucrou com a confusão, pois depois dela se adaptou logo ao “futebol sete” e dominou o jogo territorialmente, tendo chegado muito próximo de decidir o clássico a seu favor naquele restinho de Gre-Nal com bola rolando, que sobrou do triste espetáculo futebolístico.  Além disso, os prejuízos gremistas consequentes das expulsões são relativamente insignificantes, pois a rigor só estará desfalcado de Caio Henrique para seu próximo jogo no torneio continental, haja vista que Pepê, Luciano e Paulo Miranda ainda não se firmaram com atletas titulares do elenco tricolor. 

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Foto: UOL

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