Crime da 113 Sul: choro de Adriana Villela marca quarto dia de julgamento

Foto: Reprodução/TV Globo

Acusada se emocionou durante vários depoimentos. Sete testemunhas falaram nesta quinta-feira (26).

Julgamento da arquiteta Adriana Villela — Foto: Reprodução/TV Globo
Julgamento da arquiteta Adriana Villela — Foto: Reprodução/TV Globo

Sete testemunhas de defesa prestaram depoimento no quarto dia de julgamento da arquiteta Adriana Villela, de 55 anos, nesta quinta-feira (26).

Ela é acusada de ser a mandante do assassinato do pai, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela; da mãe, Maria Villela; e da empregada da família, Francisca Nascimento, em 2009. O caso ficou conhecido como “crime da 113 Sul”.

Nesta quinta, a sessão começou pouco depois das 9h e se estendeu até as 20h34. Adriana chorou durante os depoimentos de várias testemunhas.

Um desses momentos ocorreu durante a fala da arquiteta Alexandra Reschke, amiga de Adriana, que relembrou as últimas semanas antes do julgamento. As lágrimas também apareciam quando alguma testemunha citava os pais da acusada ou lembrava deles em vida.

O grupo ouvido nesta quinta era composto por amigos, parentes e pessoas que tiveram algum relacionamento com Adriana Villela. Todos disseram não acreditar no envolvimento dela com o crime.

Adriana Villela chega a tribunal em Brasília; julgamento é nesta segunda-feira (23) — Foto: TV Globo/Reprodução
Adriana Villela chega a tribunal em Brasília; julgamento é nesta segunda-feira (23) — Foto: TV Globo/Reprodução

O que disseram as testemunhas

  • Ênio Esteves Persher, ex-cunhado de Adriana

Primeiro a depor nesta quinta, Ênio Persher disse que Adriana ficou “desolada” com a morte dos pais e comentou o relacionamento entre mãe e filha.

“A relação de Adriana com a mãe era de amor. Um amor que compreende as diferenças. Nunca vi briga dela com a mãe por causa e dinheiro.”

  • Geraldo Flávio de Macedo Soares, ex-advogado de um dos condenados

Em seguida, foi a vez do advogado Geraldo Flávio de Macedo Soares. Ele representou o ex-porteiro Leonardo Campos Alves, um dos três condenados pela execução dos homicídios, durante julgamento em 2013.

Ao júri desta quinta, Geraldo afirmou que outro dos condenados pelo crime, Paulo Cardoso Santana, disse à época que o triplo homicídio não tinha mandante.

  • Regina Batista Lopes de Luna – conhecida de Adriana

A terceira testemunha foi Regina Batista Lopes de Luna. Conhecida de Adriana Villela à época do crime, ela chegou a ser investigada por participação nos homicídios, mas apresentou um álibi e as suspeitas foram abandonadas.

Nesta quinta, ela contou que conheceu Adriana por meio de amigos em comum e, em certa ocasião, pegou uma carona com ela. À época, a acusada já era monitorada pela polícia e Regina afirma que, por conta desse encontro, acabou apontada como cúmplice.

Uma operação policial chegou a ser realizada na casa de Regina, que afirma ainda esperar um pedido de desculpas.

“Foi uma situação traumática. Eles chegaram 6h da manhã. Meu filho me ligou dizendo que tinha busca e apreensão no meu apartamento.”

  • Elimar Pinheiro do Nascimento, ex-professor de Adriana

Quarto a depor, o professor da Universidade de Brasília (UnB) Elimar Pinheiro do Nascimento disse que ficou surpreso ao descobrir que Adriana era acusada do crime. “Estão falando de outra pessoa, não a Adriana que conheci”, afirmou.

Disse ainda que a ré era boa aluna e querida pelos colegas de turma, e que “ela não tem apego por dinheiro”.

  • Marcos Barberino Mendes, primo de Adriana

O primo da acusada afirmou que convivia com ela durante a adolescência e que o relacionamento de Adriana com os pais era “intenso”. No entanto, segundo Marcos, a prima não tem apego a coisas materiais.

  • Célia Barberino Mendes Sena, irmã de Maria Villela e tia de Adriana

Durante depoimento, a tia de Adriana Villela afirmou que o relacionamento entre mãe e filha era amoroso e que confia na sobrinha.

‘A Adriana jamais cometeria o mal, ainda mais com os pais dela. Se eu tivesse um pingo de dúvida da inocência, jamais iria depor. A família tem certeza que ela é inocente.”

  • Alexandra Reschke, amiga de Adriana

No sétimo e último depoimento, Alexandra disse que conhece Adriana há 14 anos e que a mãe da acusada participava ativamente da vida da filha. A amiga também contou que a ré chegou a pedir ajuda quando os pais sumiram e ficou tensa quando descobriu que eles haviam morrido.

“Ela estava nervosa, queria ver os pais. Nós amigos não deixamos. A polícia já estava no apartamento”, contou.

Fonte: Afonso Ferreira, G1 DF

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