Dupla acusada de matar diretora de hospital no DF é condenada

Foto: Facebook/Reprodução

Penas somam 27 anos de prisão. Crime foi arquitetado por motorista que trabalhava para família.

A médica Gabriela Cunha foi morta pelo motorista particular no Distrito Federal  — Foto: Facebook/Reprodução
A médica Gabriela Cunha foi morta pelo motorista particular no Distrito Federal — Foto: Facebook/Reprodução

A 1ª Vara Criminal do Tribunal de Taguatinga condenou dois homens acusados de participar da morte da ex-diretora do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) Gabriela Cunha, de 44 anos. A médica foi assassinada em outubro do ano passado e, por cerca de dois meses, o então motorista dela usou o celular da vítima e fingiu ser Gabriela (entenda abaixo).

Os condenados na última segunda-feira (7) são Samuel Pereira de Araújo e Wallace Gonçalves da Silva. O primeiro foi sentenciado por latrocínio e ocultação de cadáver e o segundo, por roubo.

De acordo o Ministério Público, eles ajudaram o motorista Rafael Henrique Dutra da Silva no crime. As penas foram fixadas em:

  • Samuel Pereira de Araújo – 21 anos de prisão, em regime fechado, além de multa
  • Wallace Gonçalves da Silva – 6 anos e 2 meses de prisão, em regime fechado, além de multa

Rafael Henrique Dutra da Silva já havia sido condenado, em junho, por latrocínio e ocultação de cadáver. A pena dele foi fixada em 31 anos e 6 meses de reclusão. O trio já está preso e não conseguiu o direito de recorrer em liberdade.

Participação no crime

As penas de Samuel e Wallace foram impostas pelo juiz Tiago Fontes Moretto. Segundo a acusação, Wallace já havia ficado preso junto com Rafael Henrique, que o convidou para simular um roubo à médica.

A denúncia afirma que Wallace indicou Samuel para o crime. O segundo suspeito aceitou a proposta e, no dia do latrocínio, abordou a diretora do HRT junto do motorista dela.

Depois de matá-la, Samuel e Rafael deixaram o corpo às margens do Parque Nacional, perto de Brazlândia, e levaram diversos pertences e dinheiro da vítima.

Rafael Dutra, acusado de matar a médica Gabriela Cunha. — Foto: TV Globo/Reprodução
Rafael Dutra, acusado de matar a médica Gabriela Cunha. — Foto: TV Globo/Reprodução

O latrocínio

O crime ocorreu em 24 de outubro de 2018. Rafael Dutra foi foi apontado com o mentor do latrocínio e preso pela Divisão de Repressão a Sequestros no dia 28 de janeiro deste ano, e confessou o crime.

De acordo com os investigadores, o motorista buscou a médica no HRT no dia do assassinato. Depois, seguiu com ela até uma agência bancária de Sobradinho. No local, Gabriela transferiu dinheiro para Rafael.

Quando estavam retornando para Taguatinga, o motorista parou o carro em uma parada de ônibus, alegando que tinha ouvido um barulho na roda.

De acordo com a polícia, nesse momento, Samuel entrou no carro, simulou um assalto e determinou que todos seguissem rumo a Brazlândia. Próximo a uma estrada de chão, o motorista teria parado o automóvel e o comparsa, enforcado Gabriela.

Motorista que matou médica no DF enviou mensagens para família da vítima depois do crime — Foto: TV Globo/Reprodução
Motorista que matou médica no DF enviou mensagens para família da vítima depois do crime — Foto: TV Globo/Reprodução

Motorista se passou pela médica

A família da ex-diretora do HRT contou que Rafael enviou mensagens à filha dela, se passando por Gabriel e dizendo que amava a menina.

O motorista também enviou mensagens do próprio celular, como se estivesse em contato com a vítima. Em uma conversa, em dezembro, ele disse ao ex-marido da médica que ela pedia notícias da filha (veja diálogo acima).

Por dois meses, o motorista se passou por Gabriela. Ele movimentou cerca de R$ 200 mil da conta bancária dela. A servidora recebia salário mensal de R$ 17 mil. Os policiais encontraram na casa de Rafael objetos da casa da ex-diretora do HRT, além de cartões bancários e dois veículos da médica.

Erros de Português

O desaparecimento de Gabriela não despertou a desconfiança da família inicialmente porque ela já tinha ficado internada, em anos anteriores, para tratar de depressão.

Porém, a família decidiu registrar ocorrência do desparecimento no dia 27 de dezembro, após desconfiar de erros de português nas mensagens enviadas pela servidora. Rafael Dutra foi apontado como suspeito, principalmente por conta das movimentações que fez na conta bancária da vítima.

A ex-diretora do Hospital Regional de Taguatinga também teria manifestado a intenção de revogar uma procuração que havia concedido ao acusado. O documento dava a ele poder legal para fazer movimentações no lugar da vítima. Essa seria a principal motivação para o assassinato, afirma a acusação.

Fonte: G1 DF

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