Por Lino Tavares*
Alemanha e Hungria já deram pontapé inicial do recomeço da temporada de 2020
Se o excessivo número de certames paralelos já de longa data tinha transformado o calendário esportivo num pandemônio, imagine como fica a situação neste ano de 2020 em que a pandemia do coronavírus reduziu drasticamente o espaço de tempo para a realização dos jogos. Não dá para imaginar clubes brasileiros disputando neste calendário de mangas curtas o restante dos campeonatos regionais, o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Libertadores da América, sem considerar a hipótese de um colapso de natureza física no potencial de atletas de cada agremiação. Não existe ainda uma previsão de datas para o início das diversas competições, mas com certeza algo terá que ser feito no sentido de adequar o calendário das disputas à exiguidade do tempo disponível para isso. Diferentemente do que acontece na América do Sul, onde a metade do subcontinente representada pelo Brasil não alcançou ainda o pico da contaminação por Covid-19, a Europa já tem bola rolando, embora sem o calor das arquibancadas e sujeita às restrições próprias da situação pandêmica. Nesse contexto, a Alemanha reabriu a temporada futebolística, no dia 16 de maio, com a Bundesliga liberando seus jogos da primeira e segunda divisão dentro dos limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Uma semana depois da Alemanha, dia 23 de maio, a Hungria também deu sequência à sua temporada futebolística, praticamente em condições semelhantes às adotadas pela confederação alemã. Nos outros principais centros futebolísticos europeus, o retorno aos gramados está previsto para os próximos dias, a saber: Espanha, 11/06; Inglaterra, 17/06; Itália. 20/06; Suíça, 19/06; Rússia, 21/06. França e Holanda, por sua vez, após avaliarem os prós e contras de uma eventual volta aos gramados, resolveram cancelar em caráter definitivo os certames que seriam disputados no corrente ano. Na Ásia, onde o futebol ainda não ganhou majestade no panorama mundial, tem bola rolando desde o dia 8 de maio, com a volta do campeonato da primeira divisão na Coreia do Sul. A China, que exportou o coronavírus para a resto do mundo e praticamente se viu livre dele em tempo recorde, voltará a conviver com a prática futebolística a partir de 24 deste mês, enquanto o Japão tem seu retorno ao futebol previsto para o dia 4 de julho. Na América do Sul, o único país que tem sua situação definida em relação à presente temporada é a Argentina, que cancelou definitivamente o campeonato de 2020, com o Boca Júnior sendo considerado campeão, título que já havia conquistado por antecipação. Vélez Sarsfield, River Plate e Racing garantiram presença na Libertadores de 2021. As demais vagas restantes para a competição continental serão preenchidas através da disputa de um torneio com realização prevista para o segundo semestre deste ano. O Uruguai marcou a volta de suas disputas futebolísticas para agosto, enquanto países como Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Equador, a exemplo do Brasil, ainda não definiram as datas de retorno de suas equipes aos gramados.
*Lino Tavares é jornalista e colunista convidado do SOS BRASÍLIA
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