GALO NÃO CANTA NO TERREIRO BAIANO, CEDE VIRADA DE 3 A 1 AO BAHIA E CAI PARA A 3ª COLOCAÇÃO

Por: Lino Tavares

Inter e Flamengo mantém liderança e vice, agradecendo o estrago feito pelo Bahia.

A 17ª rodada do Brasileirão chega ao seu final nesta segunda-feira com um resultado surpreendente no principal jogo de encerramento, reunindo Bahia e Atlético Mineiro, no estádio Piituaçu. A surpresa em questão não se acha configurada na vitória de 3 a 1 que o Bahia aprontou para cima do Galo, mas na forma inusitada como ela aconteceu, revelando dois tempos de jogo completamente distintos entre si. No primeiro, viu-se o visitante alvinegro se revelar senhor absolutos das ações, massacrando o tricolor baiano, sem contudo ter conseguido construir nada mais do que uma vitória magra de 1 a 0 na primeira metade do confronto. Tudo faz crer que a soberania atleticana da etapa inicial deve ter subido à cabeça dos jogadores e do técnico Samapaoli, que voltaram para o templo complementar com uma postura diferente, diminuindo o ritmo de jogo como se estivessem vencendo a partida por uma boa margem de gols, que os permitisse poupar energias. Pode-se se dizer na prática que o time do Atlético veio para a segunda etapa calçando salto alto, deixando no vestiário todo aquele empenho que o tornara amplamente dominador nos primeiros 45 minutos de jogo.  Ao que tudo estava a indicar,  essa mudança de postura, com jeito de menosprezo à capacidade de reação do adversário, fora fruto de orientação do técnico atleticano, que inclusive deu-se ao luxo de poupar o zagueiro Rever no segundo tempo, que tinha se revelado peça chave do excelente desempenho do time na etapa inicial.  Confirmando-se o velho refrão do “quem não faz leva”, o Atlético criou algumas chances de gol na etapa derradeira, mas aos poucos foi se desfigurando, até ceder o empate ao clube baiano, a partir do que perdeu-se completamente em campo, permitindo contra-ataques fulminantes do dono da casa, que logo em seguida virou o placar e pouco depois o ampliou, mostrando ao Galo de crista empinada que futebol se ganha nos noventa minutos de jogo e não em parte deles, por maior que seja o predomínio imposto ao adversário em determinada etapa da partida.  Apesar dessa derrota até certo ponto surpreendente, que o fez cair o Galo cair para a terceira colocação, os ocupantes das três primeiras posições na tabela continuam embolados na classificação, o que torna difícil arriscar qual deles chegará na frente ao final do primeiro turno.   Mas agora o Galo mineiro só continua incluído entre os prováveis vencedores deste turno, porque tem um jogo a menos do que o Inter, novo líder, e o Flamengo, vice-líder.  Jogo esse – vale observar – cuja serventia mudou para pior nessa derrota diante do Bahia, uma vez que antes disso o Atlético o tinha como um trunfo capaz de lhe permitir saltar à frente de seus concorrentes diretos, enquanto agora ele passa a representar mera tábua de salvação para o Galo tentar se igualar a estes na contagem de pontos.  A partir dessa derrota atleticana,  apenas Inter e Flamengo têm vaga garantida nas três primeiras colocações, ao final deste turno, uma vez que o clube mineiro ficou ao alcance do São Paulo, que com um jogo a menos do que ele, pode ultrapassá-lo na tabela, empurrando-o para a 4ª colocação. Isso posto, cabe cogitar sobre qual desses três times que se encaminham para o final do turno inicial empatados em aproveitamento leva alguma vantagem teórica acerca da possibilidade de deslanchar no segundo turno, caminhando para a conquista do campeonato brasileiros deste ano. Nesse aspecto, existem duas peculiaridades a serem consideradas  como elementos condicionantes a uma boa definição.  A primeira é a qualificação técnica, que sem a menor dúvida confere ao Flamengo um teórico favoritismo, já que possui a melhor equipe dentre os concorrente da parte alta da tabela. A segunda é a exclusividade na disputa, que vai permitir ao Atlético Mineiro – e tão somente a ele – empregar todos os seus titulares nos jogos futuros, já que não precisará poupar jogadores para confrontos mata-mata da Libertadores e da Copa do Brasil, certames que não está disputando.  Essa exclusividade de disputa – e tão somente ela – dará ao Galo, caso aproveite o jogo a menos para se igualar a Inter e Flamengo, um tênue segundo favoritismo à conquista do título do Brasileirão, já que em termos de qualidade de time o colorado gaúcho nada está a dever no momento a esse galo que hoje caiu do poleiro na Boa Terra.   Também merecem registro nesta 17ª rodada o acachapante 5 a 1 que o Flamengo aplicou no moribundo Corinthians, na casa do adversário, e a calamitosa arbitragem, que pecou por negligência, no confronto em que São Paulo e Grêmio empataram em 1 a 1 no Morumbi.  Refiro-me, deu para perceber, aos dois lances típicos de consulta ao VAR, ambos contra o São Paulo, que não tiveram esse tratamento por parte do árbitro Rafael Traci, deixando margem para reclamações procedentes por parte do tricolor visitante. No primeiro deles, o são-paulino Reinaldo empurrou e derrubou Pepê, a poucos centímetros da área, no momento em que o atacante gremista penetrava livre com bola dominada, tendo pela frente apenas o goleiro adversário.  Tratava-se de lance para a marcação de falta perigosa contra o São Paulo com a consequente expulsão do infrator, considerando o perigo iminente de gol que neutralizou usando de um recurso ilícito. Mas nada foi marcado e sequer conferido no recurso eletrônico a isso destinado. No segundo, o mesmo Reinaldo derrubou Geromel na área do São Paulo, suscitando lance de penalidade no mínimo duvidoso, que até poderia ser desconsiderado, mas não sem antes ter sido objeto de consulta junto a VAR, algo que teria propiciado ao árbitro uma tomada de decisão segura. 

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