Líder do governo anuncia Eduardo Bolsonaro como novo líder do PSL na Câmara

Foto: Divulgação

Formalização ainda depende da checagem das 27 assinaturas de apoio. Bancada era liderada pelo deputado Delegado Waldir (PSL-GO), que vinha fazendo críticas públicas a Bolsonaro.

O líder do governo na Câmara, Major Vítor Hugo (PSL-GO) anunciou nesta quarta-feira (16) que 27 deputados da bancada do PSL assinaram um requerimento para tornar líder da bancada o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro.

A lista foi protocolada por Vitor Hugo, que estava acompanhado de um grupo de deputados. Em seguida, Eduardo Bolsonaro já fez uma declaração como novo líder do partido.

“Acabamos de protocolar um pedido para a troca de líder do PSL. Foram 27 assinaturas. Por decisão da maioria dos deputados federais do PSL, nós indicamos o futuro líder do PSL deputado Eduardo Bolsonaro”, afirmou o líder do governo ao anunciar a decisão de parte da bancada.

Os técnicos da Câmara vão checar agora as assinaturas de apoio a Eduardo Bolsonaro. Depois, o pedido de parte da bancada do PSL será publicado.

Pelas regras internas da Câmara, as escolhas de líderes partidários são oficializadas por documento endereçado ao presidente Rodrigo Maia, assinado pela maioria absoluta dos integrantes da sigla – atualmente, segundo dados oficiais da Casa, o PSL tem 53 deputados. Os líderes ficam em atividade até que nova indicação seja feita pelo partido. Ou seja, a mudança na liderança é possível a qualquer tempo, desde que se obtenha o apoio necessário da bancada.

“A decisão foi uma decisão dos deputados do PSL, da maioria, que decidiram em função de todo o tensionamento que tem acontecido, em função dos posicionamentos do líder anterior do PSL que contrariava as orientações do governo, que colocava em dúvida a transparência do partido, que atacava membros do partido de uma maneira desmedida e que, por exemplo, colocou em xeque quase a votação da medida provisória 886, extremamente importante, com prazo apertado, com relação a orientações de obstrução. O próprio partido do presidente – que não é base do governo, é o próprio governo – orientando obstrução no painel”, afirmou o deputado Major Vítor Hugo.

Eduardo Bolsonaro informou que deve ficar no cargo até dezembro. “Inicialmente eu não queria ser líder mas é o nome em que tem a maior convergência dentre os deputados, e dessa maneira o meu compromisso aqui é ficar até dezembro, oportunidade em que, em princípio, nós teremos eleições no partido, para escolher o líder a partir do ano que vem”, declarou.

“A minha intenção é apenas manter o status quo. Muitos deputados foram retirados de comissão, ocorreu uma retaliação e pareceu que estava se fazendo política com o fígado”, afirmou Eduardo Bolsonaro. O parlamentar afirmou que deputados que não assinaram a lista não estão necessariamente contra o presidente Jair Bolsonaro. “Eu estou vindo para tentar colocar um pouquinho de panos quentes”, completou, dizendo aos jornalistas que trocou abraços com o deputado Delegado Waldir.

Questionado sobre a intenção de ocupar a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro afirmou. “Todos os temas como embaixada, ou viagem agora para a Ásia, são temas secundários. A gente está aqui para cuidar dos nossos eleitores. O meu foco é ajudar o país”.

Atualmente, o líder é o deputado Delegado Waldir (PSL-GO), que ocupa o posto desde o fim de 2018. Horas antes do anúncio, o deputado delegado Waldir acusou o presidente da República, Jair Bolsonaro, de pressionar deputados a destituí-lo da liderança da bancada, o que, segundo ele, representaria uma interferência do Executivo no Parlamento.

A crise interna do partido se acirrou na semana passada quando Bolsonaro, filiado à legenda, deflagrou publicamente um confronto político com o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE). Desde então, a ala que apoia Bolsonaro tem tido embates com o grupo aliado de Bivar.

“[Há uma] interferência direta do presidente da República, que quer a minha destituição da liderança do PSL”, afirmou Waldir, após uma reunião informal com parte da bancada.

Fonte: Fernanda Vivas, TV Globo — Brasília

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